Em abril de 1981,
a Câmara Municipal de Palmeira foi abalada por um episódio que até
hoje suscita discussões. Entre idas e vindas, Lourival Costa tomou
posse como vereador após negativa dada pelo então presidente do
Legislativo, vereador Juarez Bornancin. Ambos eram correligionários
da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido governista e um dos
dois partidos políticos permitidos a funcionar na época da ditadura
militar. Lole, como era conhecido o suplente de vereador, era
sapateiro por profissão. Por isso, o imbroglio na Câmara
ficou conhecido como ‘Caso sapateiro’, ganhando ampla repercussão
na imprensa local. Para garantir sua posse no lugar do vereador
Helmut Pauls, também arenista, que renunciou ao cargo porque havia
mudado de Palmeira, Lole recorreu à Justiça e somente uma medida
liminar garantiu a ela e vaga no Legislativo. Fato curioso é que a
defesa de Lole foi feita pelo vereador Sílvio José Teixeira,
advogado e filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Lourival Costa morreu na segunda-feira (7), aos 81 anos.
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
terça-feira, 8 de novembro de 2016
A MP do ensino médio não vinga porque os estudantes de Palmeira souberam prever seus efeitos nocivos
Em
alguns poucos dias muitas convicções foram abaladas em Palmeira. E
há provas disso, por sinal, provas bastante robustas. Não bastassem
as manifestações na rua contra a Medida Provisória (MP) 746 e, de
arrasto, contra a então Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241
– hoje no Senado Federal como PEC 55, os estudantes conseguiram
prever as consequências nocivas tanto da MP quanto da PEC para o seu
futuro e também para o futuro do Brasil. E há quem ainda duvide da
capacidade de análise dos jovens de 13, 14 ou 16 anos. Eles têm,
sim, e muita. Conversei com alguns deles na ocupação do CEDAG e
formei convicção pessoal, com base nessas trocas de experiências e
conhecimentos – coisa que tem faltado a muitos professores. Muitos
daqueles que estiveram protagonizando os protestos e ações, aqui
mesmo em Palmeira, conseguem avaliar situações com mais clareza e
profundidade do que muitos daqueles que os classificam como
‘baderneiros’. O problema está no fato de os adultos com mais de
40 anos – e outros com menos também – acreditarem que os
adolescentes e jovens de hoje têm a mesma capacidade intelectual que
eles tinham com a mesma idade. Que ideia furada!
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
Disputa pela presidência da Câmara pode ter duas chapas em embate entre Pastor Anselmo e Gaiola
Para
presidir a Câmara Municipal de Palmeira nos anos de 2017 e 2018, um
dos nove vereadores que tomam posse no dia 1 de janeiro do ano que
vem será eleito. A eleição será realizada no dia 2 de janeiro e é
bastante provável que aconteça bate-chapa, ou seja, disputa entre
duas chapas. Na eleição, além do presidente da Câmara, também
serão definidos o vice-presidente e o primeiro e segundo secretários
da mesa diretiva. Dois vereadores ‘veteranos’ já manifestaram
intenção de candidatar-se a presidente: Pastor Anselmo (PP) e João
Alberto Gaiola (PDT). A inscrição das chapas para disputar a
eleição para a mesa diretiva pode ser feita até o dia da eleição.
No pedido de inscrição devem ser relacionados quatro nomes com as
respectivas assinaturas. Se acontecer de duas chapas serem inscritas,
a decisão estará no voto de um vereador. Isto porque podem ser oito
vereadores disputando cargos e apenas um não inscrito para decidir
qual delas será eleita.
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Novas considerações sobre a pesquisa que agitou a eleição para prefeito de Palmeira
Indagado sobre os resultados da
pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Inppel e divulgada pelo portal
CIDADE PALMEIRA no último dia 13, tenho a dizer que pesquisa eleitoral é como
uma fotografia. Em síntese, ela revela um determinado momento. A pesquisa em
questão mostra o comportamento do eleitorado de Palmeira no período
compreendido entre os dias 7 e 9, quando foram entrevistados 528 eleitores do município,
tanto na cidade como no interior. Naquele instante, tanto na pesquisa espontânea
como na estimulada, havia uma clara e manifesta vantagem em favor do candidato
à reeleição, o prefeito Edir Havrechaki, do PSC. Por outro lado, com uma desvantagem
considerável e um índice de rejeição nada confortável, Giovatan de Souza Bueno,
do PSD, aparecia em condição preocupante. No momento em que faltavam pouco mais
de duas semanas para a eleição de 2 de outubro, o cenário detectado pela
pesquisa colocava os adversários em posições diametralmente opostas. Por
exemplo: alta intenção de votos para Edir e rejeição maior para Giovatan. Edir tem
preferência em todos as regiões da cidade e Giovatan só conseguindo empatar em
uma região do interior. Enfim, um quadro complexo para o candidato da oposição,
que precisa decifrar o eleitorado, avaliar sua campanha e redirecionar ações em
busca de reação. Como já disse aqui, se a segunda rodada da pesquisa, na
próxima semana, não mostrar mudanças em favo de Giovatan, Edir ganha a eleição
e o direito a um segundo mandato como prefeito de Palmeira.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
Pesquisa espontânea mostra eleitorado tímido e estimulada revela decisão na escolha entre candidatos a prefeito
A pesquisa eleitoral sobre a
disputa pela Prefeitura de Palmeira, divulgada na última terça-feira (13) pelo
portal CIDADE PALMEIRA, realizada pelo Instituto Inppel, revela algumas
situações bastante interessantes quanto ao comportamento do eleitorado do
município. Uma delas, a que mais se ressalta é o grande percentual de indecisos
quando os entrevistados foram questionados, de forma espontânea, a responder em
quem votariam para prefeito. Dos 528 eleitores ouvidos na pesquisa, 55,11%
disseram não saber ou não responderam. O dado é interessante porque quando a
mesma pergunta foi feita e foram oferecidas as opções dos nomes dos dois
candidatos a prefeito, além de votar em branco ou anular o voto, o índice de
indecisos sofre uma considerável queda, ficando em 10,98%. Isto mostra que há
uma distância desconfiada do eleitor quanto à eleição municipal quando o
assunto é tratado de forma velada, mas que o comportamento se desfaz quando o
assunto é tratado de forma aberta, com opções para escolha. Ou seria timidez?
Embora necessária uma análise mais aprofundada de tal comportamento do
eleitorado, fato relevante é que na preferência entre um e outro candidato o
prefeito Edir Havrechaki, do PSC, que tenta a reeleição, supera o adversário,
Giovatan de Souza Bueno (PSD), em quase 19% na espontânea (tem preferência de
31,63% contra 10,80% do adversário) e em quase 33% na estimulada (com 56,82%
contra 23,86% do rival). São vantagens consideráveis e robustas, praticamente
consolidando o objetivo da reeleição, que só não acontecerá caso ocorra um fato
extraordinariamente negativo para abalar a candidatura do prefeito e jogá-lo no
descrédito.
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Eleição de 2012: prefeito de Palmeira consegue eleger seu sucessor repete-se depois de 54 anos
Desde 1958, quando o empresário
José Antônio Bordignon, do PSD, candidato único, foi eleito prefeito de
Palmeira com o apoio do então prefeito Benjamin Malucelli, um prefeito não
conseguia eleger seus sucessor. Em 2012, ou seja, 54 anos depois, o então prefeito
Altamir Sanson, do PSC, conseguiu repetir o feito de Malucelli e emplacou seu
sucessor, o correligionário Edir Havrechaki, vereador, para ocupar a principal
cadeira da Prefeitura Municipal. Dos 25.388 eleitores aptos a votar para eleger
prefeito, vice-prefeito e nove vereadores, 21.836 compareceram às seções
eleitorais no dia 7 de outubro e registraram 20.573 votos válidos para a
eleição majoritária. Destes, o vencedor da eleição recebeu 8.972 votos, ou 43,61%
dos votos válidos. O segundo colocado, Giovatan de Souza Bueno, do PSDB, teve 7.832
votos, ou 38,06%, e o terceiro, Inácio Budziak, do PDT, conseguiu 3.769 votos,
ou 18,32%. Foram registrados, ainda, 667 votos nulos e 596 votos em branco.
Eleito vereador em 2008, Havrechaki passou mais tempo ocupando cargos na
Prefeitura, como secretário, do que na Câmara. A proximidade com Sanson fez
dele o candidato da situação para enfrentar o desafio de quebrar o tabu de 54
anos sem que um prefeito de Palmeira conseguisse eleger seu sucessor.
Fundamental para o êxito da missão foi a aliança com o PT, que ofereceu o
candidato a vice-prefeito, Marcos Levandoski.
Quantas mulheres as mulheres de Palmeira elegerão em 2 de outubro para a Câmara Municipal?
No dia 17 de abril,
quando a Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade do processo de
impeachment contra a presidente Dilma Roussef, o médico e escritor Drauzio
Varella manifestou-se assim: "E pensar que
aqueles homens brancos enfatuados, com gravatas de mau gosto, os cabelos
pintados de acaju e asa de graúna, com a prosperidade a transbordar-lhes por
cima do cinto, passaram pelo crivo de 90 milhões de eleitores que os escolheram
para representá-los. Para aqueles que não viveram como nós as trevas da
ditadura, manter a crença na democracia brasileira chega a ser um ato de
fé". Atrai a atenção na fala do renomado médico o trecho “homens brancos
enfatuados”, que é uma menção direta aos excelentíssimos deputados de cor
branca e barrigudos, que compõem a maioria do Legislativo visto sob o aspecto
forma física. Sim, são os homens que se preocupam mais com o crescimento de
suas contas bancária (na Suiça e outros paraísos fiscais) do que com o
crescimento do país e não estão nem aí para o aumento desproporcional de seus abdomens.
Mas quem vota em gente assim? Homens do mesmo naipe e de outros perfis e
mulheres, muitas mulheres. Mulheres que não votam em mulheres. Por quê? Porque
a absoluta maioria das mulheres não gosta de votar em mulher. Por isso, os “homens
brancos enfatuados” que o Dr. Drauzio cita e critica estão lá, a conduzir o
Brasil para um abismo de desigualdades, de injustiças e tragédias. E as
mulheres que não votam em mulheres dão seu aval a eles. Há, porém possibilidade
para mudar, mas nada tão urgente. No curto prazo. Na realidade de Palmeira, por
exemplo, as mulheres deveriam ocupar, de direito, pelo menos 30% das vagas nas
chapas de candidatos a vereador e 50% das vagas, de fato. Na lista de
candidatura, estão lá, todas elas, mas boa parte apenas fazendo número. Não são
candidatas pra valer, com vontade e motivação para disputar a eleição e conquistar
no voto o seu lugar na Câmara Municipal.
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