Compreendo o abalo coletivo que se manifesta a cada crime
violento. Entendo que as pessoas reagem movidas pela emoção que aflora.
Reconheço que a violência está em expansão. Porém, não cedo à convicção de que
existe, sim, um caminho para construir a convivência pacífica. Afinal, do que
teria nos servido séculos de conhecimentos sobre história, filosofia e
religião, sobretudo nesta era da informação que se transmite instantaneamente
para todo o planeta, se desistirmos de acreditar na capacidade da humanidade
para fazer e viver o bem?
Para fazer e viver o bem, portanto, faz-se necessário
mostrar o que é e quais são seus benefícios, essencialmente às crianças. De
nada adianta discursos empolados sobre os preceitos morais e legais se a
realidade vivida for o reverso escancarado do que se fala. Cair na esparrela
fácil da adesão à pena de morte e da violência para combater a violência é
fácil, agrada a maioria, tem apelo, mas é negar os princípios humanos. Dizer,
aos berros, que uma arma na mão de cada um resolveria o problema da violência é
popular e idolátrico, mas é falso. Agora, defender e lutar por justiça social
para garantir a todos condições dignas de vida é ser alvo de chacotas e
execração pública.
Não há fórmula mágica para chegar à paz social. O
instrumento é a pessoa, aquele que deve ser protagonista de mudanças e da
manutenção de uma cultura da paz, da harmonia e do bem. Discurso utópico, vão
dizer. Utopia que foi pregada por tantos líderes e que eu teimo em manter
acesa. Não foi por isto que dedicaram suas vidas Mahatma Gandhi, Martin Luther
King, Sidarta Gautama e Jesus Cristo? Seus ensinamentos servem muito bem para
enfeitar páginas de redes sociais, mas a aplicação prática é quase zero. Há
pessoas que postam uma bela frase num momento e logo em seguida outra postagem
traz xingamentos e impropérios contra alguém, um político principalmente, hoje
alvo preferencial da hipocrisia e da ignorância.
Enquanto não houver união popular a defender a base de
sustentação da sociedade, a educação, juntamente com todo o seu sistema e
recursos humanos, não haverá um milímetro de avanço na questão social. É
impossível que professores e outros profissionais do meio desvalorizados e
humilhados, que os meios físicos obsoletos e sucateados e estudantes sem rumo e
sem perspectiva consigam fazer progredir um sistema que já se encontra
exaurido. Sem investimentos consistentes e compromissos concretos para os
próximos anos, a educação continuará patinando e sendo usado nos discursos
inescrupulosos como uma meta a ser atingida, mas nunca resolvida, enquanto a
violência vai galopar livre pelas ruas. Eu não quero isto!
Parabéns pelo Blog e pelos assuntos abordados Rogério. Abraços.
ResponderExcluirparabéns
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