Após mudanças nas regras dos mandatos
de prefeitos, a eleição municipal de 1982 aconteceu seis anos após a de 1976. O
período prolongado de mandato beneficiou o então prefeito Baptista Cherobim,
eleito pela ARENA e agora filiado ao PDS, e beneficiaria o seu sucessor, a ser
escolhido pelos 12.074 eleitores aptos a votar no dia 15 de novembro daquele
ano, no que seria a primeira eleição geral após a abertura política e o pluripartidarismo,
nos derradeiros anos do regime militar no Brasil.O industrial do setor madeireiro
Mussoline Mansani, filho do ex-prefeito Daniel Mansani, era o candidato a
prefeito pelo PMDB. Ele venceu nas urnas os dois candidatos pelo PDS, o então
vice-prefeito Marcos José Malucelli e o empresário Genézio Gomes Lima Neto.
Na eleição de 1982, 10.850 eleitores do
município compareceram para votar e 6.050 optaram por Mansani, contra 2.031
votos dados a Malucelli e 1.787 a Lima Neto. Foram registrados ainda 598 votos
em branco e 384 votos nulos. Os eleitores eram obrigados, na ocasião, a votar
de forma vinculada nos candidatos do mesmo partido, ou seja para governador,
senador, deputado federal, deputado estadual, prefeito e vereador deviam
receber votos candidatos de um só partido, caso contrário, o voto era
considerado nulo.
Superando os dois adversários do PDS,
Mansani garantiu a primeira vitória do PMDB, partido que sucedeu o MDB do
bipartidarismo, em eleições municipais em Palmeira. Juntamente com Amadeu Mário
Margraf, o vice-prefeito eleito, foram diplomados pela Justiça Eleitoral em 7
de dezembro daquele ano e empossados em 1º de fevereiro de 1983.
O mandato de seis anos pela frente
proporcionava uma oportunidade ímpar de planejamento para o desenvolvimento do
município. Além disso, a ampliação das responsabilidades do poder municipal
exigia maior organização da administração municipal, que passava, por exemplo,
a gerir questões de saúde e de educação, além de outras anteriormente já
afeitas a ele. Conceitos como estrutura administrativa e plano diretor ganhavam
um novo prisma, merecendo investimentos para sua implementação e eficácia
dentro de breve espaço de tempo.
Graças a um aporte nunca antes visto de
recursos públicos nos setores de saúde, educação, saneamento e infraestrutura
urbana e rural, a administração de Mansani foi marcada por obras tanto na
cidade como nas principais localidades do meio rural, com destaque para as
escolas, postos de saúde, sistemas de abastecimento com água tratada e adequação
de estradas para a nova realidade da produção agrícola e desenvolvimento
humano. Na cidade, a gestão de Mansani proporcionou a ampliação das redes de
distribuição de água e de coleta de esgotos, pavimentação de ruas e a polêmica
obra do calçadão da rua Conceição, que suscitou acirrados debates antes,
durante e depois de sua execução.
Os recursos financeiros captados no
exterior pelo governo do Estado, sob o comando do governador José Richa,
irrigavam as obras no interior do Paraná. E Palmeira foi bastante beneficiada
na época pelo fato de governador e prefeito pertencerem ao mesmo partido e
estarem sintonizados com a necessidade e oportunidade de transformações, que
ocorreram para dar início a uma profunda mudança na realidade da população.
PMDB faz maioria na
Câmara com seis eleitos
Embora o pluripartidarismo já estivesse
vigente no Brasil, a eleição em Palmeira contou com a participação de apenas
dois partidos. Os sucessores de ARENA e MDB, o PDS e o PMDB disputaram a
eleição de 1982 com candidatos a prefeito e a vereador. Seguindo a tendência de
rejeição ao partido do governo federal, motivada pelo não atendimento às
reivindicações de abertura política e eleições diretas para todos os cargos, a
eleição para o Legislativo garantiu seis das nove cadeiras na Câmara Municipal
ao PMDB. O mesmo se deu em outros níveis com relação a senadores, deputados
federais e estaduais, com o partido da então oposição obtendo a maioria das
vagas nas casas legislativas. Ao PDS restaram três vagas para vereadores que, a
partir de 1º de fevereiro de 1983, formariam a bancada de oposição ao prefeito
e aos vereadores do PMDB.
Candidato eleito
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Votação
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Aleixo Karas (PMDB)
|
636 votos
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Celso de Oliveira Franco (PMDB)
|
630 votos
|
Otávio Ferreira Martins (PMDB)
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543 votos
|
Sebastião Sanson (PMDB)
|
458 votos
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Renato Rigoni (PDS)
|
446 votos
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Lineu Ramos Ribeiro (PMDB)
|
372 votos
|
Lourival Costa (PMDB)
|
350 votos
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Rogério Nogarolli (PDS)
|
320 votos
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Dalton de Freitas (PDS)
|
238 votos
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