sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Eleição de 1982: primeira eleição municipal na abertura política tem vitória de Mussoline Mansani

Após mudanças nas regras dos mandatos de prefeitos, a eleição municipal de 1982 aconteceu seis anos após a de 1976. O período prolongado de mandato beneficiou o então prefeito Baptista Cherobim, eleito pela ARENA e agora filiado ao PDS, e beneficiaria o seu sucessor, a ser escolhido pelos 12.074 eleitores aptos a votar no dia 15 de novembro daquele ano, no que seria a primeira eleição geral após a abertura política e o pluripartidarismo, nos derradeiros anos do regime militar no Brasil.http://www.gazetadepalmeira.com.br/wp-includes/js/tinymce/plugins/wordpress/img/trans.gifO industrial do setor madeireiro Mussoline Mansani, filho do ex-prefeito Daniel Mansani, era o candidato a prefeito pelo PMDB. Ele venceu nas urnas os dois candidatos pelo PDS, o então vice-prefeito Marcos José Malucelli e o empresário Genézio Gomes Lima Neto.

Na eleição de 1982, 10.850 eleitores do município compareceram para votar e 6.050 optaram por Mansani, contra 2.031 votos dados a Malucelli e 1.787 a Lima Neto. Foram registrados ainda 598 votos em branco e 384 votos nulos. Os eleitores eram obrigados, na ocasião, a votar de forma vinculada nos candidatos do mesmo partido, ou seja para governador, senador, deputado federal, deputado estadual, prefeito e vereador deviam receber votos candidatos de um só partido, caso contrário, o voto era considerado nulo.
Superando os dois adversários do PDS, Mansani garantiu a primeira vitória do PMDB, partido que sucedeu o MDB do bipartidarismo, em eleições municipais em Palmeira. Juntamente com Amadeu Mário Margraf, o vice-prefeito eleito, foram diplomados pela Justiça Eleitoral em 7 de dezembro daquele ano e empossados em 1º de fevereiro de 1983.
O mandato de seis anos pela frente proporcionava uma oportunidade ímpar de planejamento para o desenvolvimento do município. Além disso, a ampliação das responsabilidades do poder municipal exigia maior organização da administração municipal, que passava, por exemplo, a gerir questões de saúde e de educação, além de outras anteriormente já afeitas a ele. Conceitos como estrutura administrativa e plano diretor ganhavam um novo prisma, merecendo investimentos para sua implementação e eficácia dentro de breve espaço de tempo.
Graças a um aporte nunca antes visto de recursos públicos nos setores de saúde, educação, saneamento e infraestrutura urbana e rural, a administração de Mansani foi marcada por obras tanto na cidade como nas principais localidades do meio rural, com destaque para as escolas, postos de saúde, sistemas de abastecimento com água tratada e adequação de estradas para a nova realidade da produção agrícola e desenvolvimento humano. Na cidade, a gestão de Mansani proporcionou a ampliação das redes de distribuição de água e de coleta de esgotos, pavimentação de ruas e a polêmica obra do calçadão da rua Conceição, que suscitou acirrados debates antes, durante e depois de sua execução.
Os recursos financeiros captados no exterior pelo governo do Estado, sob o comando do governador José Richa, irrigavam as obras no interior do Paraná. E Palmeira foi bastante beneficiada na época pelo fato de governador e prefeito pertencerem ao mesmo partido e estarem sintonizados com a necessidade e oportunidade de transformações, que ocorreram para dar início a uma profunda mudança na realidade da população.
PMDB faz maioria na Câmara com seis eleitos
Embora o pluripartidarismo já estivesse vigente no Brasil, a eleição em Palmeira contou com a participação de apenas dois partidos. Os sucessores de ARENA e MDB, o PDS e o PMDB disputaram a eleição de 1982 com candidatos a prefeito e a vereador. Seguindo a tendência de rejeição ao partido do governo federal, motivada pelo não atendimento às reivindicações de abertura política e eleições diretas para todos os cargos, a eleição para o Legislativo garantiu seis das nove cadeiras na Câmara Municipal ao PMDB. O mesmo se deu em outros níveis com relação a senadores, deputados federais e estaduais, com o partido da então oposição obtendo a maioria das vagas nas casas legislativas. Ao PDS restaram três vagas para vereadores que, a partir de 1º de fevereiro de 1983, formariam a bancada de oposição ao prefeito e aos vereadores do PMDB.

Candidato eleito
Votação
Aleixo Karas (PMDB)
636 votos
Celso de Oliveira Franco (PMDB)
630 votos
Otávio Ferreira Martins (PMDB)
543 votos
Sebastião Sanson (PMDB)
458 votos
Renato Rigoni (PDS)
446 votos
Lineu Ramos Ribeiro (PMDB)
372 votos
Lourival Costa (PMDB)
350 votos
Rogério Nogarolli (PDS)
320 votos
Dalton de Freitas (PDS)
238 votos


Nenhum comentário:

Postar um comentário