Havia um impasse sério entre o Banco do Brasil e os
agricultores familiares que estavam buscando a renovação dos créditos do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Aí, a Federação
Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf),
que tem o sindicalista palmeirense Marcos Rochinski como seu coordenador geral,
entrou no jogo e propôs parceria com o BB para garantir que os agricultores
familiares tenham acesso aos programas de desenvolvimento agrário, incluindo o
Pronaf, que funciona com recursos do
Plano Safra da Agricultura Familiar, que este ano teve destinados R$ 30 bilhões
para o crédito rural, com juros mais baixos e redução de 5,5% para 2,5% ao ano
para estimular produção de cesta de alimentos que compõem os índices da
inflação, produção de base e agroecológica, e investimentos em práticas
sustentáveis de manejo do solo e da água, produção de energia renovável e
armazenagem. Rochinski disse ter ouvido muitas reclamações quanto as renovações.
“Porém, na última quinta-feira, no Banco do Brasil, tivemos informações de que
este problema foi resolvido e que essa renovação já está sendo processada com as
correções dos valores de financiamento de acordo com as tabelas de custo e
produção”, disse o sindicalista. O convênio entre Fetraf e BB vai possibilitar
que os agricultores familiares operacionalizem o Pronaf com mais facilidade,
por meio da instalação do programa do Banco do Brasil dentro dos sindicatos da
categoria.
Além disso, outra pauta
discutida na reunião no BB foi relacionada a Declaração de Aptidão ao Pronaf, a
DAP, instrumento que identifica a família como beneficiária do Pronaf, ou seja,
diz a que grupo a família pertence e constitui-se em documento obrigatório para
acessar o crédito Pronaf. “Manifestamos a nossa contrariedade a esse processo
junto aos Conselhos Municipais. Primeiramente por entender que retira a
legitimidade dos nossos sindicatos entre outras entidades. Outra, porque é um
processo que burocratiza e que certamente vai deixar muitos agricultores sem
poder acessar o crédito, além de não resolver a questão da transparência da
emissão da DAP”, afirmou Rochinski. Segundo ele, a informação do BB é que
apenas agricultores iniciantes e que não possuem cadastro com o agente
financeiro é que terão a necessidade da homologação junto aos conselhos. “Sugerimos
um conjunto de outras medidas, entre elas que o banco oriente suas agências, no
caso de agricultores iniciantes, que ao procurar o emissor da DAP se dirija ao
sindicato ou Emater. Esta condução vai assegurar que não haja um processo
burocrático por dentro dos conselhos municipais”, esclarece.
A intervenção da Fetraf
nesta parceria com o BB é importante e foi necessária para que os trabalhadores
da agricultura familiar consigam operacionalizar o Pronaf, garantindo a
atividade que mais contribui na oferta de alimentos à população. “Essa
aproximação com o BB e outros agentes é primeiramente para garantir o acesso
por parte de nossos agricultores às políticas públicas de desenvolvimento
agrário, principalmente ao Pronaf, como também zelar pelo que conquistamos no
Plano Safra, cujo caráter atual foi elaborado com a participação da Fetraf. Se não
acompanharmos de perto a execução desse processo através dos agentes
financeiros, muitas coisas acabam se perdendo”, enfatizou o sindicalista.
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