quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Eleição de 1992: o surpreendente Altamir Sanson, jovem vereador, derrota a tradição política e dois ex-prefeitos de Palmeira

Aparentemente um candidato sem possibilidades de vitória na eleição municipal de 1992, o então vereador Altamir Sanson, com 30 anos de idade, que havia trocado o PMDB pelo PDT naquele mesmo ano e figurava em um grupo repleto de jovens com pouca experiência na política, acabou como a surpresa maior daquela disputa pela Prefeitura de Palmeira. Os grupos tradicionais da política local, que há tempos vinham revezando-se no poder, de repente foram suplantados pela força da juventude ansiosa por mudanças. A mensagem do novo, da transformação, foi bem assimilada pelos eleitores durante a campanha e no dia 3 de outubro as urnas confirmaram. Com 5.174 votos, Sanson superou dois ex-prefeitos e a candidata da situação.http://www.gazetadepalmeira.com.br/wp-includes/js/tinymce/plugins/wordpress/img/trans.gif Na eleição para prefeito, a colega de Câmara de Sanson, a vereadora Dulce de Freitas, do PFL, somou 4.284 votos, figurando na segunda colocação, seguida pelo ex-prefeito Mussoline Mansani, do PMDB, com 3.890 votos, por outro ex-prefeito, Diogo Capraro, do PSDB, com 1.147 votos, e, ainda, por José Savi, do PDC, que obteve 308 votos. Naquela ocasião, eram 17.514 eleitores aptos a votar em todo o município.

A gestão de Sanson, eleito para administrar o município entre janeiro de 1993 e dezembro de 1996, começou e terminou com turbulências, especialmente pela relação tumultuada com o PT, partido do vice-prefeito José Przybysewski e que demonstrava claramente contrariedade com muitas situações. Tanto é que crises de governo eram frequentes, culminando com o rompimento definitivo pouco mais de um ano depois do início da gestão, em abril de 1994.
Com exigências cada vez maiores para a administração municipal quanto aos serviços básicos de saúde e oferta de educação, na gestão de Sanson a Prefeitura investiu nos dois setores, tanto em recursos físicos como humanos, para manter e ampliar, além de proporcionar outras ações. Recursos externos, dos governos federal e estadual, ajudaram na construção do Ginásio de Esportes Durval Antônio de Freitas, no Parquinho, e reformas e ampliações em escolas e postos de saúde.
Um dos projetos levados em frente por Sanson na época e que causou polêmicas foi a aquisição de imóvel da empresa Indústrias Reunidas Emílio Malucelli (IREM). Uma transação que envolveu mais de R$ 1.6 milhão na época teve lances obscuros, incluindo a responsabilização ao governo do Paraná para pagar parte da conta, o que nunca aconteceu  por iniciativa do governador Jaime Lerner ou de qualquer secretário de Estado. De outro lado, a estruturação do Parque de Exposições Caminhos das Tropas e ampliação da oferta de água tratada com sistema de abastecimento no interior do município foram ações que beneficiaram grande parte da população.
Criado em 1994, o Fundo Municipal de Previdência e Assistência Social, conhecido como Fundão, assumiu a responsabilidade de recolher contribuições previdenciárias e pagar as aposentadorias e pensões de servidores públicos municipais e dependentes. Porém, ao final do mandato de Sanson, já se acumulavam dívidas da Prefeitura para com o Fundo devido ao não repasse de contribuições, transferidas para a próxima gestão municipal, que teria início em janeiro de 1997.
Grupo do prefeito eleito consegue somente três vagas
Apesar da vitória na eleição majoritária, o grupo do prefeito eleito em 1992 conseguiu eleger apenas três dos 11 vereadores na eleição para a Câmara Municipal. O aumento do número de vagas no Legislativo obedeceu dispositivo da Constituição Federal de 1988 e, pela primeira vez, Palmeira teve este número de vereadores. O resultado desproporcional à votação obtida na eleição para a Prefeitura, não representou, porém, problemas para Altamir Sanson administrar o município. Outro dado curioso daquela eleição foi o número de vereadores eleitos residentes em localidades do interior, que desta foi de seis, deixando as restantes cinco vagas para candidatos residentes na cidade, coincidentemente, duas delas para mulheres, Solange Bacila Acras e Nilda Rigoni, que formaram, até os dias atuais, o que foi a maior representação feminina no Legislativo de Palmeira.
Candidato eleito
Votação
Amadeu Mário Margraf (PST)
791votos
Celso de Oliveira Franco (PTB)
607 votos
Otávio Ferreira Martins (PMDB)
434 votos
Henrique Daniel Leobet (PDT)
398 votos
Heinz Egos Philippsen (PFL)
374 votos
Sebastião Barausse (PMDB)
372 votos
Solange Bacila Acras (PFL)
301 votos
Claudinor Antunes de Lima (PFL)
295 votos
Celço Vantroba (PT)
283 votos
José Czelusniak (PSDB)
250 votos
Nilda Rigoni (PDT)
243 votos



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