Aparentemente um candidato sem
possibilidades de vitória na eleição municipal de 1992, o então vereador
Altamir Sanson, com 30 anos de idade, que havia trocado o PMDB pelo PDT naquele
mesmo ano e figurava em um grupo repleto de jovens com pouca experiência na
política, acabou como a surpresa maior daquela disputa pela Prefeitura de
Palmeira. Os grupos tradicionais da política local, que há tempos vinham
revezando-se no poder, de repente foram suplantados pela força da juventude
ansiosa por mudanças. A mensagem do novo, da transformação, foi bem assimilada
pelos eleitores durante a campanha e no dia 3 de outubro as urnas confirmaram.
Com 5.174 votos, Sanson superou dois ex-prefeitos e a candidata da situação. Na eleição para prefeito, a colega
de Câmara de Sanson, a vereadora Dulce de Freitas, do PFL, somou 4.284 votos,
figurando na segunda colocação, seguida pelo ex-prefeito Mussoline Mansani, do
PMDB, com 3.890 votos, por outro ex-prefeito, Diogo Capraro, do PSDB, com 1.147
votos, e, ainda, por José Savi, do PDC, que obteve 308 votos. Naquela ocasião,
eram 17.514 eleitores aptos a votar em todo o município.
A gestão de Sanson, eleito para
administrar o município entre janeiro de 1993 e dezembro de 1996, começou e
terminou com turbulências, especialmente pela relação tumultuada com o PT,
partido do vice-prefeito José Przybysewski e que demonstrava claramente
contrariedade com muitas situações. Tanto é que crises de governo eram frequentes,
culminando com o rompimento definitivo pouco mais de um ano depois do início da
gestão, em abril de 1994.
Com exigências cada vez maiores para a
administração municipal quanto aos serviços básicos de saúde e oferta de
educação, na gestão de Sanson a Prefeitura investiu nos dois setores, tanto em
recursos físicos como humanos, para manter e ampliar, além de proporcionar
outras ações. Recursos externos, dos governos federal e estadual, ajudaram na
construção do Ginásio de Esportes Durval Antônio de Freitas, no Parquinho, e
reformas e ampliações em escolas e postos de saúde.
Um dos projetos levados em frente por
Sanson na época e que causou polêmicas foi a aquisição de imóvel da empresa
Indústrias Reunidas Emílio Malucelli (IREM). Uma transação que envolveu mais de
R$ 1.6 milhão na época teve lances obscuros, incluindo a responsabilização ao
governo do Paraná para pagar parte da conta, o que nunca aconteceu por iniciativa do governador Jaime Lerner ou de qualquer secretário de Estado. De outro
lado, a estruturação do Parque de Exposições Caminhos das Tropas e ampliação da
oferta de água tratada com sistema de abastecimento no interior do município
foram ações que beneficiaram grande parte da população.
Criado em 1994, o Fundo Municipal de
Previdência e Assistência Social, conhecido como Fundão, assumiu a
responsabilidade de recolher contribuições previdenciárias e pagar as
aposentadorias e pensões de servidores públicos municipais e dependentes.
Porém, ao final do mandato de Sanson, já se acumulavam dívidas da Prefeitura
para com o Fundo devido ao não repasse de contribuições, transferidas para a
próxima gestão municipal, que teria início em janeiro de 1997.
Grupo do prefeito eleito consegue
somente três vagas
Apesar da vitória na eleição
majoritária, o grupo do prefeito eleito em 1992 conseguiu eleger apenas três
dos 11 vereadores na eleição para a Câmara Municipal. O aumento do número de
vagas no Legislativo obedeceu dispositivo da Constituição Federal de 1988 e,
pela primeira vez, Palmeira teve este número de vereadores. O resultado
desproporcional à votação obtida na eleição para a Prefeitura, não representou,
porém, problemas para Altamir Sanson administrar o município. Outro dado
curioso daquela eleição foi o número de vereadores eleitos residentes em
localidades do interior, que desta foi de seis, deixando as restantes cinco
vagas para candidatos residentes na cidade, coincidentemente, duas delas para
mulheres, Solange Bacila Acras e Nilda Rigoni, que formaram, até os dias
atuais, o que foi a maior representação feminina no Legislativo de Palmeira.
Candidato eleito
|
Votação
|
Amadeu Mário Margraf (PST)
|
791votos
|
Celso de
Oliveira Franco (PTB)
|
607 votos
|
Otávio
Ferreira Martins (PMDB)
|
434 votos
|
Henrique Daniel Leobet (PDT)
|
398 votos
|
Heinz Egos Philippsen (PFL)
|
374 votos
|
Sebastião Barausse (PMDB)
|
372 votos
|
Solange Bacila Acras (PFL)
|
301 votos
|
Claudinor Antunes de Lima (PFL)
|
295 votos
|
Celço Vantroba (PT)
|
283 votos
|
José Czelusniak (PSDB)
|
250 votos
|
Nilda Rigoni (PDT)
|
243 votos
|
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