A
peça embute uma crítica social ácida, bem ao estilo de Wilde, contra a
sociedade da época, presa ao materialismo que se estabelece nos ingleses a
partir da Revolução Industrial e incapaz de dar valor ao que é belo, o
sentimento. O Movimento Estético proposto por Wilde marca presença na peça, que também coloca em confronto os hábitos sociais refinados da ancestral realeza inglesa,
representada pelo fantasma de sir Simon de Canterville, e o apego ao
materialismo e a indiferença às tradições demonstrados pelos norte-americanos
da família Otis, que passa a residir no castelo. Por aí percebe-se que vale à pena
assistir, rir e refletir.
Antes
de iniciar os trabalhos de montagem, o grupo teve uma apresentação do autor da
peça feita pela professora Ana Maria Lourenço, introduzindo Wilde para quem não
o conhecia e mostrando sus características mais destacadas. O diretor do grupo,
Igor Moreira, contou ao blogueiro que já conhecia o
texto há bastante tempo e que sempre teve vontade de fazer a montagem. Sabe ele,
que é uma tarefa que vai exigir bastante do grupo e dos atores. Por sinal, a
montagem vai ter a participação de 12 atores e três técnicos. A definição dos
papéis acontece após os estudos do texto, embora Luiz Rosa e Amanda Lourenço já
estejam vestindo os personagens do casal Otis. São dois atores do elenco do
grupo que já ganharam prêmios em festivais, além de Ernesto Kindl Jr, Aramis
Moreira e Willian Blaginski. Assim como o diretor, que atua desde a fundação do
grupo e que também já ganhou destaque e vários prêmios nos festivais em que o
grupo participou.
A montagem será ambientada no ano em que peça foi escrita,
1887, o que deve exigir um grande cuidado na elaboração dos cenários e
figurinos. Para tanto, a cenografia está sendo criada por uma equipe do próprio
grupo, coordenada por Igor, e o figurino está sendo criado por Thayrine
Moreira, formada em moda na cidade de Cianorte, e que desde criança participa
do grupo e agora exerce a função de criar as vestimentas dos atores. Os
figurinos serão típicos de duas épocas distintas, da Inglaterra vitoriana do
final do século 19 e de meados dos anos 1500, época em que viveu o personagem
do fantasma. Tudo para que “O fantasma de Canterville” apareça em Palmeira como
uma mágica espantosa que somente o teatro é capaz de apresentar.
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