O vereador João
Alberto Gaiola, do PDT, deve comparecer na segunda-feira (27) à Delegacia de
Polícia de Palmeira, a 40ª DP. Ao
contrário do que alguns possam imaginar, ele não foi intimado a comparecer.
Gaiola vai à DP na condição de convidado do delegado Plínio Gomes Filho.
Acontece que na última sessão da Câmara Municipal, no dia 21, Gaiola foi à tribuna
e relatou que recebeu informações do Conselho da Comunidade da Comarca de que o
espaço da carceragem com capacidade para abrigar 16 detentos está ocupado
atualmente por 42 presos, ou seja, quase o triplo da capacidade. O delegado
quer rebater e esclarecer tal afirmação do vereador, assim como falou para o
jornal Gazeta de Palmeira, destacando que algumas adaptações ampliaram para 20 vagas
a capacidade da carceragem. O vereador falou também que a que alimentação nem
sempre é fornecida aos detentos de maneira adequada, chegando a relatar que
recebem até alimentação azeda. O delegado nega também, dizendo que é um
restaurante da cidade que ganhou licitação e fornece a comida dos presos. Quanto
ao caso isolado de comida sem condições de consumo, o delegado disse que
aconteceu uma vez e que o fato foi rapidamente resolvido. Já quanto á acusação do vereador de presos
serem trancado no canil, o delegado disse que isto jamais aconteceu, rindo da
acusação porque os presos referem-se ao solário da carceragem como ‘canil’
porque o espaço tem grades e telas de proteção, justamente para evitar fugas.
A superlotação da
carceragem da 40ª DP
é um fato público e notório, que também acontece em praticamente todas as
delegacias do Paraná que têm carceragens. Quanto a este problema, o delegado
disse que que já chegou a ter 50 detentos na carceragem da DP e que cabe ao
Estado fazer a transferência de presos para outras unidades ou à Justiça
determinar que isto aconteça. O sistema carcerário é de responsabilidade do
Estado, com o que o delegado de Palmeira refuta a afirmação do vereador do PDT
de que os poderes Executivo e Legislativo municipais deveriam fiscalizá-lo. Certo
estão delegado, pois cabe, sim, ao Estado, através da Secretaria de Segurança
Pública e Administração Previdenciária, do secretário Wagner Mesquita.
Então, postos os problemas pelo
vereador e rebatidos os problemas pelo delegado, no encontro entre ambos na
segunda-feira, na 40ª DP, o primeiro deve manter sua opinião de que cabe, sim,
ao Executivo e ao Legislativo municipal fazer a fiscalização das condições da
carceragem, assim como de outras situações semelhantes que acontecem nos meios
sob responsabilidade do Estado e da União. Pensa Gaiola que tais problemas
impactam diretamente nas pessoas que vivem no município e que isto o preocupa
como vereador. Ele imagina que o prefeito também deve ficar preocupado com
situações que não cabe à Prefeitura resolver, mas cabe sim a ele, como prefeito
e como cidadão, chamar a atenção de quem tem responsabilidade por elas. O
delegado deve concordar com o vereador neste ponto, discordar em outros e eles
conversarão sobre problemas e possíveis soluções, até tomando uma cafezinho
juntos.
Por fim, repetindo o que
o Blog já divulgou, na carceragem da DP estão presos
temporários ou preventivos, aguardando conclusão de inquérito ou julgamento.
Também estão presos em flagrante, igualmente aguardando resultado de inquéritos
e sentenças ou condições para pagamento de fianças, quando houver tal previsão,
para que sejam colocados em liberdade para responder os respectivos processos.
E há também presos civis, aqueles que não conseguiram fazer o pagamento de
pensões alimentícias e, sem choro nem vela, foram ‘guardados’ atrás das grades
até que regularizem a situação – paguem o que devem – ou cumpram o prazo da
pena prevista para este delito. E há presos cumprindo pena que não deveriam
estar na carceragem de uma delegacia, mas sim em uma penitenciária, local
adequado para isto.
Há mais problemas envolvendo a Cadeia Municipal que já relatei em comentário sobre o mesmo assunto outro dia.
ResponderExcluirHá também revista vexatória dos familiares, comentários desairosos sobre as famílias que visitam os presos, falta completa de programa de ressocialização, ambiente fétido devido as latrinas serem turcas (daquelas que se faz tudo de pé) e junto com a carceragem.
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