Nas
carceragens das delegacias de polícia deveriam estar reclusos somente e tão
somente presos em flagrante, preventivamente e temporariamente, além de presos
civis. Não é bem assim, como muita gente sabe. E um que sabia e agora fala é o
vereador João Alberto Gaiola, do PDT. Ele falou na tribuna da Câmara Municipal,
na sessão de terça-feira (21). O vereador relatou que soube, através do
Conselho da Comunidade da Comarca de Palmeira, na verdade de uma conselheira
que deixou de ser, a Delegacia teria condições de abrigar e atender 16
detentos, fato que não é novidade, porém conta atualmente com 42, ou seja,
quase o triplo da capacidade, fato que também já sabido publicamente. O
vereador, porém, foi além e disse que o Conselho constatou que alimentação nem
sempre é fornecida aos detentos de maneira adequada. “Eles precisam ser
alimentados como qualquer ser vivo e recebem, segundo informações, alimentação
azeda. Há informações que eles são aprisionados em algum momento, eu não sei porque,
até no canil”, disse o vereador, indignado. São acusações graves,
que precisam ser apuradas e, se constatadas, punir quem não cumpre a lei. No
caso, seria o governo do Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Justiça, responsável
pela custódia dos detentos nas condições desses da DP de Palmeira. Quem se
habilita?
O vereador cobrou
responsabilidades. Disse que quando o governo do Estado e o Poder Judiciário
não agem no cumprimento da lei, tanto o Legislativo quanto o Executivo
Municipal devem ser fiscais do cumprimento das leis federais e estaduais. Devem.
Como devem também todos os cidadãos, especialmente aqueles que de livre e espontânea
vontade participam do Conselho da Comunidade. Mais que isso, se houver
confirmação de abusos contra a lei, devem ir adiante e denunciar ao Ministério
Público. E cabe a este acionar os responsáveis pelo cumprimento da lei,
resguardando os direitos dos detentos. Na tribuna, Gaiola solicitou aos demais
vereadores que aprovem o requerimento de sua autoria, destinado à Secretaria
Municipal de Assistência Social, Cidadania e Direitos Humanos, solicitando a
realização de um relatório completo sobre a situação dos encarcerados na
Delegacia de Palmeira. “Daí faremos o que é de nossa responsabilidade que é dar
conhecimento à todos os cidadãos palmeirenses”, disse Gaiola. E também levar a
denúncia ao Ministério Público, vereador.
Na carceragem
da DP estão presos temporários ou preventivos, aguardando conclusão de
inquérito ou julgamento. Também estão presos em flagrante, igualmente
aguardando resultado de inquéritos e sentenças ou condições para pagamento de
fianças, quando houver tal previsão, para que sejam colocados em liberdade para
responder os respectivos processos. E há também presos civis, aqueles que não
conseguiram fazer o pagamento de pensões alimentícias e, sem choro nem vela,
foram ‘guardados’ atrás das grades até que regularizem a situação – paguem o
que devem – ou cumpram o prazo da pena prevista para este delito. E há presos
cumprindo pena, que não deveriam estar na carceragem de uma delegacia, mas sim
em uma penitenciária, local adequado para isto.
O vereador
foi tribuna da Câmara e de lá apontou uma possível ilegalidade que estaria
acontecendo na carceragem da DP de Palmeira. Mais uma, porque já há ilegalidade
no fato de ali estarem presos que não deveriam estar ali. Mais uma, porque ali
estão mais de 40 presos em condições precárias, num espaço compatível para
apenas 16, alguns ‘cumprindo uma dura pena’ sem sequer ter condenação, em um
espaço insalubre, inadequado, sofrendo degradações, vítimas de um Estado
insensível a tudo isto. Aliás, um Estado insensível a quase tudo, só não à sua
fome de arrecadação, tanta que está cobrando em duplicidade o ICMS dos
produtores de fumo de Palmeira pela venda do produto, sendo que o imposto já foi
pago pelas companhias fumageiras que compram e processam o fumo. Mas este é um
assunto para amanhã, porque a situação dos presos na DP de Palmeira já provoca
náuseas e indignação suficientes para hoje.
isso já tornou se normal no BRASIL
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ResponderExcluirHá também revista vexatória dos familiares, comentários desairosos sobre as famílias que visitam os presos, falta completa de programa de ressocialização, ambiente fétido devido as latrinas serem turcas (daquelas que se faz tudo de pé) e junto com a carceragem.
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