Com o WhatsApp bloqueado em todo
o Brasil, não teve quem não resistisse à boa e velha conversa olho no olho. Nem
mesmo os políticos resistiram e, como faziam os bons articuladores de antigas
eleições, foram ao encontro de quem interessa para uma prosa sobre a eleição
municipal. Inclusive em Palmeira foi assim.Candidatos enfrentam a
impossibilidade da conversa pelo aplicativo com um bom papo sobre o nervoso e
agitado período pré-convenções. Um marcante e agora não secreto colóquio entre
dois dos principais personagens do próximo pleito aconteceu na tarde desta
terça-feira (19). Quem ficou curioso para saber quem são eles, continue lendo. Personagens
principais porque ambos estão com os olhos totalmente voltados para a principal
cadeira do Palácio da Viscondessa, na qual pretendem sentar a partir de 1º de
janeiro de 2017. Por enquanto, pretendem porque antes terão que passar pela
prova das urnas, no dia 3 de outubro. Preocupados com o desenho do cenário que
vai se compondo, Giovatan de Souza Bueno, do PSD, convocou o vereador João Alberto
Gaiola, do PDT, para uma amistosa troca de ideias e projeções. Os assuntos
tratados? Estes sim são segredo, porque se vazar um já sabe que foi o outro
quem deu com a língua nos dentes. E aí, a confiança se quebra e uma possível –
mas ainda pouco provável – aliança da oposição estará irremediavelmente
natimorta.
Giovatan e Gaiola conversaram,
conversaram e conversaram. Depois conversaram mais um pouco e, com certeza, um
perguntou para o outro se abrir mão da candidatura a prefeito, já posta e
disposta por ambos, como forma de facilitar as negociações e dar sequência para
que continuem conversando. Se um ou outro respondeu ‘sim’, ninguém sabe,
ninguém ouviu. Mas é importante ficar atento para os desdobramentos, como um
possível e provável segundo encontro entre eles, o que começaria a dar forma à
tão almejada coligação de oposição ao prefeito Edir Havrechaki, do PSD, que é
candidatíssimo à reeleição. E o quanto antes acontecer a conversa, sinal de que
as abóboras estão se acomodando conforme o andar da carroça. Se depois do
primeiro colóquio decidirem voltar para o WhatsApp, é sinal de que da cartola
da oposição não deve sair nenhum coelho, ficando tudo como está agora.
Antes que se fechem as conversas
dos oposicionistas, dá para imaginar o que cada um tem para oferecer e, mais
ainda, o que não tem para oferecer para o outro como forma de convencer que é
melhor candidato a prefeito do que a vice-prefeito. As vantagens e
principalmente desvantagens pesam e pesam significativamente quando se enreda
uma negociação política de tal calibre. Giovatan não oferece um grupo tão
consistente quanto ao que Gaiola dispõe. Gaiola não oferece um histórico de
eleições para prefeito tão robusto em votos quanto Giovatan dispõe. Giovatan
não oferece a possibilidade de mais que uma chapa de candidatos a vereador que
Gaiola pode dispor, sim. Gaiola não oferece apoios tão significativos
eleitoralmente quanto Giovatan dispõe do ex-prefeito Altamir Sanson, seu
correligionário. Giovatan não oferece a mesma quantidade de minutos no rádio na
propaganda eleitoral que Gaiola dispõe. Enfim, entre o que um oferece e o outro
oferece, cabe a eles e seus grupos providenciar uma balança capaz de medir o
que pesa mais quando o assunto é eleição municipal e o adversário pela frente
tem peso tão considerável quanto um prefeito que vai tentar a reeleição e
dispõe de poderio quase absoluto para bancar ver o jogo do adversário sem ter
que gastar todas as suas fichas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário