Os candidatos a prefeito sempre buscam por apoio de autoridades constituídas,
entre as quais, o governador do estado é uma das figuras mais requisitadas para
marcar presença em eventos eleitorais. Depois vêm os deputados. Na eleição
municipal deste ano, no entanto, a situação deve mudar. Os candidatos a
prefeito devem querer mesmo é ficar longe do governador. Acontece que Beto
Richa, do PSDB, está em plena busca de recuperação da popularidade perdida,
visitando municípios e participando de eventos os mais variados possíveis. Seu
índice de rejeição chega a 80%, e, segundo pesquisas, significativa parcela do eleitorado
alegou que não votaria em candidato apoiado por ele. Se é assim, qual candidato
a prefeito de Palmeira pretende contar com o apoio do governador? Dos três
pré-candidatos, um já declarou ser contra, o vereador João Alberto Gaiola, do
PDT. Os outros dois, o prefeito Edir Havrechaki, do PSC, que vai tentar a
reeleição, e o dentista Giovatan de Souza Bueno, do PSD, são de partidos
aliados ao governo do estado. Por sinal, ambos controlados por um secretário de
Richa, Ratinho Junior, titular da pasta do Desenvolvimento Urbano. Edir é mais
distante do governador, tem uma relação protocolar, enquanto Giovatan, em eleições
anteriores, até recebeu Richa na própria casa para um café e subiu no palanque
com ele. Portanto, é mais chegado e tem certas intimidades, como o fato de ter
ocupado o cargo de chefe da 3ª Regional de Saúde, nomeado pelo governador. Mas,
hoje, em são consciência, quem quer o governador ao seu lado na campanha
eleitoral para prefeito?
A rejeição ao governador é constatada e registrada por onde ele tem
passado. No último dia 29, em Londrina, foi recebido com faixas e gritos de
“covarde” e “mentiroso’, trauma que deve carregar por muito tempo em virtude
dos fatos ocorridos 29 de abril de 2015, quando professores em greve e em
protesto foram atacados e brutalmente reprimidos pela Polícia Militar no
episódio que ficou conhecido como ‘A batalha do Centro Cívico’. Os mais de 200
feridos na ocasião os milhares de traumatizados jamais esquecerão as horas de
dor e angústia, enquanto Richa não será esquecido como aquele que deu ordens
para a barbárie. Professores da rede estadual e servidores público do estado,
em geral, não enxergam nenhum traço de simpatia pela figura do governador.
Sendo assim, devem ser os primeiros a denunciar e rejeitar qualquer candidato a
prefeito que tenha alguma aproximação com ele. E não são poucos tais
profissionais e sua influência nas comunidades dos interior do Paraná é
imensurável.
Dias atrás, o jornalista Rogério Galindo, do blog Caixa Zero, cravou
isto: “O resultado eleitoral se vê agora. Beto não tem mais condições de
indicar o candidato do grupo. Não tem sequer condições de aparecer no palanque
de ninguém”. Imerso neste
clima de descrédito quase total o governador e sua equipe dão indícios claros
de que o governo não deve pagar os reajustes salariais conforme o combinado com
o funcionalismo, principalmente com os professores. Se isto acontecer – quase certeza
que vai acontecer – será o início de mais uma temporada de conflitos e
confrontos, porque quem for e sentir-se enganado pelo governador não terá outra
atitude que não o protesto, seja em forma de paralisação ou greve. E diante de
toda a repercussão negativa do que aconteceu no ano passado no Centro Cívico, é
possível que num eventual novo episódio do gênero os policiais militares
desobedeçam ordens para atacar. Afinal, são também servidores públicos e seus
vencimentos dependem da política de respeito do governo pelo funcionalismo.
Então, para não esquecer: “Quem vai querer Beto Richa no
mesmo palanque na campanha para prefeito de Palmeira?”. Sim ou não, ainda tem o
peso dos deputados, entre os quais figuras como Fernando Francischini, do SD, o
secretário de Segurança Pública de Richa que participou ativamente do episódio
do Centro Cívico, coordenando a violência contra os manifestantes. Este vem a
Palmeira, sem dúvida. E quem vai estar com ele?
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