sexta-feira, 6 de maio de 2016

Edir pretende continuar ‘a sorrir’ até ver o momento em que sol nascerá

Hoje lembrei do ritmo e cantarolei os primeiros versos da bela ‘O sol nascerá’, do genial Cartola. “A sorrir / eu pretendo levar a vida...”. Aí fiquei imaginando em que circunstâncias o poeta maior da Mangueira compôs esta música. No momento, período que antecede a campanha eleitoral, quando se definem os nomes de candidatos, apesar de se trabalhar no campo das possibilidades, só quem vai a sorrir é o prefeito Edir Havrechaki, do PSC, inegavelmente inquestionável candidato à reeleição. Ele quer um segundo mandato para provar que pode fazer mais e melhor do que já fez nos últimos três anos e quatro meses e continuar indo a sorrir. Tem o que mostrar. No caminho recém iniciado pelos concorrentes para a eleição de 2 de outubro, Edir já acumula milhagem quase que suficientes para trocar por um segundo diploma de prefeito emitido pela Justiça Eleitoral. Falta quase nada, é verdade, mas falta um pouco. Cartola era um bom boêmio e, assim, dependendo do otimismo com que via a vida, o seu copo estava sempre meio cheio. Já, quando depende da visão de um pessimista, o copo sempre vai estar meio vazio. Não se conteste que o copo do prefeito tem bem mais conteúdo que os dos demais. Outro motivo que faz com que ele siga a sorrir.

Edir tem ganhado de presente situações que o deixam extremamente confortável na condição de candidato favorito à Prefeitura de Palmeira. Uma delas, recente, foi a ainda confusa e não muito palatável união de Giovatan de Souza Bueno, do PSD, seu adversário na eleição de 2012, e do ex-prefeito Altamir Sanson, também do PSD, seu padrinho político e agora desafeto. De parte a parte, reações contrárias e indignadas colocam em xeque-mate esta aliança, estratégica para o momento dos dois principais e novos aliados, mas constrangedora e devastadora para apoiadores de mais longas datas. Baixas perceptíveis foram contabilizadas tanto nas trincheiras de Giovatan tanto quanto nas de Altamir. Com menos soldados dispostos a seguir suas ordens, precisam agora correr contra o relógio que não para e tentar conquistar adeptos para as batalhas eleitorais. É uma tarefa difícil, complicada e ingrata, pois em período pré-eleitoral existe um grande contingente de potenciais apoiadores, muitos deles bastante próximos, mas a opção preferencial que fazem nem sempre é pelo lado de quem os convida a cerrar fileiras, mas por quem aparenta ter melhores condições de vencer a guerra.
Outro provável adversário do prefeito nas urnas, o vereador João Alberto Gaiola, do PDT, avança em suas pretensões. Aparece bem na Câmara Municipal como oposição ao prefeito, porém ainda lhe faz falta uma densidade considerável de apoiadores. Enquanto Edir já tem um nome confirmado de candidato a vice-prefeito – Marcos Levandoski, do PT, exibe em sua lista de coligados bem mais que uma dezena de partidos e tem assegurados nomes para compor até quatro chapas de candidatos a vereador, Gaiola ainda pena para confirmar quatro partidos em sua coligação majoritária, especula com nomes de possíveis candidatos a vice-prefeito e precisa convencer filiados a aceitarem candidaturas a vereador para conseguir compor pelo menos duas chapas de postulantes à Câmara Municipal.
A história de Cartola é enredo de filme. No caso dele, de desfile de escola de samba. De flanelinha guardador de carros nas rua do Rio de Janeiro a um dos mais consagrados sambistas brasileiros de todos os tempos. Quem não conhece ‘As rosas não falam’, ‘O mundo é um moinho’ e ‘Alvorada’? São algumas das muitas composições que ainda hoje tem uma atualidade tão presente que parece terem sido compostas há poucos dias. É a mágica da música que Cartola nos deixou como legado. A música de Cartola vai a sorrir, assim como segue o prefeito Edir em seu caminho aparentemente seguro até o sol nascer para um novo mandato. Conseguirá algum candidato a prefeito impedir que ele continue levando a vida a sorrir? Do contrário, restará cantar os versos seguintes da bela melodia: “... pois chorando / eu vi a mocidade perdida”.

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