quarta-feira, 18 de maio de 2016

Intenção do ministro da Saúde de tirar estrangeiros do Mais Médicos pode afetar atendimento em Palmeira

Os primeiros e provavelmente não os piores momentos do ministro da Saúde do ‘novo’ governo federal, o paranaense Ricardo Barros, do PP, foram de fazer tremer as camas de hospitais e as macas dos pronto-socorros de todo o Brasil, a ponto de quase derrubar os pobres pacientes ao chão, sem atendimento médico. Para quem reclama e diz que a situação da saúde pública no Brasil anda ruim, imaginem o que vem pela frente. O ministro já entrou de sola, dizendo que o Sistema Único de Saúde (SUS) precisa ser revisto. Alegou que não existe condição de prestar atendimento a todos, de forma universal, como prevê a lei. Sintetizando, quis dizer que o SUS não sobreviveria à sua investida e cada um deveria buscar nos planos privados de saúde o atendimento médico e hospitalar que necessitar. Quando escancaram que a campanha de Barros foi patrocinada por empresários do setor de planos de saúde, ele, ligeiro, voltou atrás na opinião sobre o SUS. Mas não se enganem. Há no ar do ‘novo’ governo várias intenções e ações que apontam para o desmonte de programas sociais, entre eles alguns icônicos na área da saúde, como o Mais Médicos. Se isto acontecer, especificamente para Palmeira as perdas serão profundas, lastimáveis. Hoje, Palmeira tem seis médicos que atuam pelo programa e atendem com frequência em comunidades do interior, aonde, antes, médico era um profissional que só aparecia de vez em quando. E dos seis profissionais, quatro são cubanos (foto), alvos de tanto preconceito infundado por parte de pessoas desinformadas. O trabalho destes profissionais, por sinal, recebe muitos elogios de seus pacientes. Se tem quem possa criticar, são exatamente os pacientes, mas eles não têm reclamações a registrar. Então...

Para quem não acredita que o Mais Médicos tem apoio da população, o percentual de aprovação de 73,9%, registrado em pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) diz alguma coisa? Se não, sugiro que vá até as localidades de Pinheiral de Baixo e Santa Bárbara e pergunte aos pacientes da médica cubana Yanicel Machado o que pensam sobre seu atendimento. Ou em Faxinal dos Quartins perguntem aos pacientes de outra cubana, a médica Odalis Rodriguez Sori, o que pensam sobre a atuação dela. Também pode ir à Vilinha ou Colônia Maciel e indagar aos pacientes da médica cubana Ana Maria Fernandez Dias sobre as atividades dela. Ou, ainda, em Vieiras, perguntar ao pacientes do médico cubano Leandro Padilla Milanes sobre sua atuação. Se preferir, para ficar longe de cubanos – principalmente quem pensa que ele estão contaminados com o vírus do comunismo – pode ir até Witmarsum ou Quero-Quero para conferir com os paciente da médica brasileira Jaqueline ou a Queimadas com os pacientes de outra brasileira, a médica Lucineia. As duas são intercambistas do Mais Médicos, formadas em Medicina no exterior. Pergunte aos pacientes se eles querem a retirada de ‘seus’ médicos e o fim do programa. Acredito que a resposta vai ser unânime. Mas se alguém quiser tentar...
O ministro da Saúde já fez das suas nas primeiras manifestações, dizendo que o Mais Médicos dará ênfase na contratação de médicos brasileiros. Acontece que na segunda fase do programa, no final do ano passado, foram inscritos somente médicos brasileiros. Na primeira fase, poucos profissionais daqui acreditaram no sucesso do Mais Médicos. Na ocasião, perto de 14 mil médicos cubanos foram inscritos e distribuídos para 2.700 municípios brasileiros, muitos dos quais estavam recebendo um médico fixo pela primeira vez. Como informação, médicos cubanos estão presentes em 67 países, prestando serviços de solidariedade e cooperação internacional. Em 2015, o governo dos Estados Unidos fez um elogio público à dedicação dos médicos cubanos no combate à epidemia de ebola em países da África. O convênio firmado pelo governo brasileiro que garante a presença de médicos cubanos no Mais Médicos é monitorado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que é um extensão da Organização Mundial de Saúde (OMS). Portanto, são organizações sérias e com tradição de qualidade que endossam a atuação dos médicos estrangeiros no Brasil e atestam a qualidade dos serviços prestados. E além dos médicos, o Brasil também importa de Cuba medicamento para hepatite B e vacina de combate à meningite, única no mundo. Cuba tem muita qualidade em medicina, fato que é reconhecido mundialmente, mas que alguns brasileiros preferem desprezar para poder exercitar o preconceito e o ódio contra os médicos cubanos e um dos mais bem sucedidos programas de saúde pública em desenvolvimento no pais, o Mais Médicos.

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