terça-feira, 24 de maio de 2016

Quem vai ajudar a remar o barco do capitão Altamir até as eleições municipais em outubro?

“Se tem fumaça, tem fogo”. O ditado é velho e é bem manjado, tal qual caranguejo andar para trás e ser rei quem é caolho em terra na qual todos são cegos. A tal fumaça não é branca, sinal de concórdia, de consenso, como acontece nos sínodos dos cardeais para a escolha dos papas indicando ‘habemus papa’. Pelo contrário, a fumaça é preta, escura mesmo, um breu, que indica que a coisa tá feia. Tão feia que já passou de cogitação a ação. Assim, o quase candidato a vice-prefeito Inácio Budziak, do SD, que já foi quase secretário da Agricultura e Pecuária, dias atrás, pode estar apeando da chapa majoritária de uma das atuais coligações de oposição ao prefeito Edir Havrechaki, do PSD. Fumaça com água não combinam, mas chegam a ter uma relação casual neste caso específico. É que a embarcação que vem sendo conduzida pelo capitão Altamir Sanson, do PSD, que tem como seu imediato o bi-candidato a prefeito de Palmeira, Giovatan de Souza Bueno, também do PSD, começou a ‘fazer água’. Se entra água e sai fumaça, bom sinal não é. O barco afunda e a água apaga o fogo, mas todos morrem afogados. O risco de naufrágio do barquinho põe em alerta o capitão e o imediato, que receberam muitos torpedos desde que anunciaram solenemente que já haviam formado um dobradinha para a chapa majoritária. O cardápio não agradou a absoluta maioria dos paladares, tanto de aliados do capitão como do imediato, que estão procurando outra embarcação para seguir viagem até o dia 2 de outubro. Temendo a falta de braços para remar rumo ao destino, está na hora de mexer na composição da tripulação. Certo, capitão?

Ainda há tempo de salvar o barco do naufrágio. Para tanto, o capitão precisa ficar mais atento e o imediato deve ouvir a tripulação com mais interesse. É preciso saber o que pensam e o que desejam para que não se cometa nenhum erro capaz de gerar revolta. Uma tripulação contrariada é sinal inegável de motim iminente, se bem que parte já pulou ao mar e foi buscar socorro em outros barcos. Não é segredo que o capitão Edir recolheu alguns ‘náufragos’ – muitos, por sinal – e outros foram providencialmente içados para o barco do capitão Gaiola, onde pretendiam, sonhavam e obcecadamente desejavam estar desde o começo da navegação eleitoral.
A história que bem conhecem todos, rigorosamente todos os mandorovás que frequentam as verdes folhas das palmeiras do calçadão da rua Conceição, é que havia um tempo em que os capitães Altamir e Gaiola dialogavam em busca da formação a uma frente única de oposição ao capitão Edir. O plano inicial era uma aliança estratégica para juntar o fogo de seus canhões de bombordo e estibordo contra a embarcação adversária para, irremediavelmente, afundá-la em outubro. Desde os áureos tempos das grandes navegações sabe-se impossível alianças entre ingleses e espanhóis. Pois é, no século 21, uma intenção deste porte também não vingou. Dito e feito, foi cada capitão singrar suas águas, quando Altamir fez o alarde confirmado ter como seu imediato Giovatan, antigo desafeto e alvo de suas balas de canhão disparadas outrora. No convés, altivo na condução de sua embarcação. Isto se deu quando Altamir içou a bandeira do PSD no mastro e posou faceiro ao lado do imediato e do vice-imediato recém embarcado, Inácio. Declarada a guerra indireta ao capitão Gaiola e sua nau, Altamir enganou-se ao pensar que navegaria em águas calmas até o dia da eleição. Em período incessante de baixas constantes, agora troca conversas reservadas com o imediato e já têm consenso sobre trocar o vice-imediato, baixando o atual ao porão, como reserva moral para uma chapa proporcional. É assim que ele receberá um ‘tchau, querido’, não sem antes ser convidado a embarcar na aventura de uma candidatura a vereador, coisa que não quis e por isso declinou da secretaria proposta pelo capitão Edir.
Com a tripulação escassa e agora com o rebaixamento do vice-imediato, o capitão terá que buscar tripulantes ávidos por colaborarem com braços para remar até o dia 2 de outubro. Um deles, é provável, ocupará o posto vago de vice-imediato. Pelo menos enquanto não houver fumaça na embarcação. Nesta eleição, mais erros podem custar muito caro, pois já não é possível contar com a providencial ajuda dos Ratinhos – pai e filho, que já teriam desembarcado da nau do capitão Altamir antes mesmo da âncora ser levantada. 

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