
O
Solar de Jesuíno Marcondes foi o primeiro bem imóvel edificado a ser inscrito
no Livro Tombo Estado do Paraná, no ano de 1970, sob a justificativa,
principalmente, da importância de seu proprietário, Jesuíno Marcondes de
Oliveira e Sá, na vida pública. Ele foi presidente da Província do Paraná e
Ministro da Agricultura durante o governo imperial. O solar hospedou, em 1880,
o imperador D. Pedro II, quando de sua histórica passagem por Palmeira.
A
partir da instalação dos portugueses, ainda no tempo do Império, a colaboração
dos imigrantes europeus para a colonização do território da região Centro Sul
do Paraná foi bastante marcante. Poloneses, alemães do Volga (Rússia),
italianos, franceses, russos e alemães desbravaram as matas de araucária da
região, exploraram os campos nativos que transformaram em pasto para os animais
e em lavouras de trigo, cevada e centeio e influenciaram os usos e costumes com
marcas que até hoje são facilmente encontradas nas cidades e no campo. Na área
urbana, a presença de imigrantes sírio-libaneses e descendentes teve forte
influência no comércio.
Por
obra e arte da cantaria, dominada pelos imigrantes alemães que vieram da região
do rio Volga, na Rússia, nos anos 1870, foi construída uma ponte de pedra sobre
o rio dos Papagaios, na estrada velha que ligava Palmeira a Curitiba. A
construção se deu em virtude da visita do imperador D. Pedro II ao Paraná, que
pernoitou em Palmeira de passagem para Ponta Grossa e Castro. O projeto foi
feito pelo engenheiro Francisco Monteiro Tourinho e a execução da obra coube
quase que exclusivamente aos imigrantes. A ponte foi inscrita no Livro Tombo do
Estado do Paraná em 1973.
Uma
das mais recentes colonizações do município, Witmarsum é uma colônia de alemães
de religião menonita, instalada em 1951. A tradição e os costumes deste povo
levaram ao primeiro registro de tombamento de um bem edificado do município de
Palmeira no Livro Tombo do Estado em Paraná, no ano de 1989. A casa sede da
Fazenda Cancela, que hoje abriga o Museu Histórico de Witmarsum, guarda objetos,
utensílios, vestes e documentos dos pioneiros.



Outros
exemplares do patrimônio edificado de Palmeira poderiam estar inscritos no
Livro Tombo do Estado do Paraná. Um deles é a Igreja Matriz. Entretanto, a
falta de critérios técnicos quando de suas reformas acabou por descaracterizar
o templo, mas ela não deixa de exibir a sua imponência e beleza de quase 180
anos encravada num promontório da Praça Marechal Floriano Peixoto. No entorno
da praça, outras construções seculares, como a atual sede do Clube Palmeirense,
construída em 1866, conferem ao centro histórico da cidade um ar de preservação
cultural do patrimônio edificado que poucas cidades mantêm. Porém, muitos
imóveis já foram demolidos, empobrecendo a memória do patrimônio edificado de
Palmeira.
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