O Vivente é muito vivo e, nesta
condição, tem entrevistado os pretendentes a candidaturas a prefeito de
Palmeira e também os que estão de olho nas vagas da Câmara Municipal. Já ouviu
alguns deles e o que dizem vai para o ar no seu programa de rádio, no quadro “mateando
com o Vivente”, toda quinta-feira, bem cedinho, a partir das 6h30. O Vivente,
como fazem os pescadores, foi cevando e agora está pegando peixe graúdo. O
candidato, tal qual peixe, pode morrer pela boca. O Vivente sabe disso e vai
perguntando, perguntando, perguntando... Pode ser que alguém morda a isca e ele
fisgue. Na quinta-feira passada, jogou o anzol para o dentista Giovatan de
Souza Bueno, o bi-candidato a prefeito que agora está abrigado sob a mesma
sigla, o PSD, e é aliado do ex-adversário Altamir Sanson. Este é agora adversário
do ex-aliado Edir Havrechaki, do PSC. Mas voltando ao Giovatan, ele falou como
político. Foi duro contra o governo federal do momento, que está longe e não
vai reagir. Deve mudar de discurso nos próximo seis meses, com certeza. Bateu e
assoprou o governador Beto Richa, de quem continua aliado e acredita que lhe
vai dar apoio na campanha. Falou com certa cautela sobre o prefeito Edir, seu
mais temido concorrente na eleição para a Prefeitura, criticando de forma
comedida as ações da administração municipal. Parece estar guardando munição
para os embates mais acirrados da campanha. Giovatan não quer morrer pela boca
e controlou-se durante os quase 50 minutos de conversa com o Vivente, que não
teve muitas oportunidades para fisgá-lo.
Para não cair na tentação de
criticar de forma contundente o adversário – o prefeito Edir, Giovatan fez o
que temos visto os políticos mais experientes fazer: elogiou a mulher, falou
bem da família e enalteceu a cidade, lembrando que reside em Palmeira há 25
anos. Foi o jeito de dizer que não é um forasteiro aventureiro, predicado que
tentaram colar a ele nas duas eleições que disputou. Natural de Santa Catarina,
veio com a família para o Paraná e formou-se em Odontologia. Como dentista
chegou a Palmeira para prestar serviços ao Exército Brasileiro, nos tempos do
DRAM/5, hoje 2ª Companhia de Suprimento. E 25 anos é tempo mais que suficiente
para conhecer razoavelmente bem o município e seus problemas. Problemas que ele
afirma que resolverá com soluções criativas e ousadas, mas que não adianta,
porque quer ter munição durante a campanha ao fazer o confronto do que pretende
fazer com o que o prefeito já fez e vai dizer que pretende fazer caso consiga a
reeleição. Ao menos no campo das proposições a campanha eleitoral para prefeito
promete bons duelos verbais.
Giovatan candidato a prefeito não
deve criar ilusões sobre facilidades na campanha. Este ano, nada será igual a
2012, quando começou a corrida eleitoral em condições amplamente favoráveis:
tinha o nome em evidência devido ao bom resultado que conseguiu na eleição para
prefeito em 2008; compôs coligação com dez partidos e teve apoio de seis
vereadores na época, um deles candidato a vice-prefeito, além de um grande
número de empresários e lideranças comunitárias a empurrá-lo. Giovatan era
apontado como ‘prefeito eleito’ na largada da eleição. Porém, percalços e
tropeços pelo caminho fizeram com que fosse perdendo espaços e deixou escapar a
vitória pelo vão dos dedos das duas mãos. Com os 7.832 votos que conseguiu,
ficou a 1.140 votos de distância dos 8.972 do então candidato a prefeito Edir,
que contava com o apoio de Altamir. Muitos dos votos que talvez tenham faltado
para Giovatan ganhar aquela eleição foram computados para Inácio Budziak, então
candidato do PDT a prefeito, que guardou em seu bocó 3.769 sufrágios. Tem gente
que jura que Inácio foi decisivo para a eleição de Edir. Agora, Inácio pode ser
o candidato a vice-prefeito na chapa de Giovatan. Pelo menos não vai tirar
votos dele desta vez. E Giovatan quer manter Inácio por perto que disparou
elogio a ele na conversa com o Vivente, disse que os dois tem “muitos pontos em
comum”. Aí ele fisgou o novo companheiro e pode ter enchido seu bocó com aqueles
votos que não teve em 2012! Será que é bem assim?
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