“Volta / Vem viver outra ao meu lado...”
A afinação na interpretação de Giovatan Bueno de Souza, do PSD, do clássico de
Lupcínio Rodrigues, “Volta”, encheu os ouvidos e o coração do ex-vereador
Inácio Budziak, do SD. Tanto que ele voltou e agora ‘jura de pés juntos’ que
não deixa mais a companhia do bi-candidato a prefeito, que tem ainda o apoio do
novo amigo Altamir Sanson. Foi além das juras, dizendo que aceita ser o
candidato a vice-prefeito na chapa majoritária. E foi só alegria o reencontro
depois do abalo com a nomeação oficial de Inácio para a Secretaria de
Agricultura e Pecuária, inclusive com decreto assinado pelo prefeito Edir
Havrechaki, do PSC, e publicado no Diário Oficial. Porém, mesmo nomeado, Inácio
não compareceu à solenidade da própria posse, na quinta-feira (14). No mesmo
dia, ou melhor, noite, já estava devidamente perdoado e reconciliado com
Giovatan. O reencontro, a exemplo do que ocorrera no sábado, porém sem a
presença de Altamir, foi registrado nesta imagem para postagem em rede social,
selando a harmonia e a paz nas trincheiras da oposição. A trilha sonora teve
versos de Tom Jobim cantados com emoção: “A cada ausência tua eu vou chorar / Mas
cada volta tua há de apagar / O que esta ausência tua me causou...”
Para quem pegou o bonde andando, há que
se lembrar que no sábado Inácio, Giovatan e Altamir – e também o vereador João
Alberto Gaiola, do PDT – participaram de um animado papo sobre as eleições
municipais. Tão animado que o registro fotográfico postado no Instagram pelo
ex-prefeito, na manhã de domingo, causou alvoroço na base de apoio à reeleição
do prefeito Edir. Afinal, Inácio deixara o cargo de secretário de Indústria,
Comércio e Turismo no dia 1º de abril, é verdade, e uma semana depois já estava
em outros braços. “Como assim, prefeito?”, perguntavam os alvoroçados áulicos
do alcaide, tiriricas com a traição do ex-secretário, que já havia jurado
fidelidade a Edir. Fato é que o prefeito cantou “Volta” e Inácio voltou. Cantou
os versos de Ataulfo Alves: “perdão foi feito pra gente pedir”. Foi devidamente
perdoado e acolhido, ganhando como recompensa pelo arrependimento à estripulia
feita um novo cargo de secretário, novinho em folha e o que ele queria: Agricultura
e Pecuária. Agradecido, postou: “Tamo junto rapaziada”! Só que não. No dia marcado
para a posse dele e de outros novos secretários, espanto, ranger de dentes e a
dúvida: “Cadê o Inácio?” Ele não apareceu. À noite, o golpe profundo de uma
nova traição ao grupo.
Edir tirou férias, saiu de cena
justamente para ficar longe das confusões do período pré-eleitoral. Talvez não
tenha levado a necessária paz para refletir sobre os acontecimentos, mas talvez
não tenha nem tanta preocupação quanto a isto. Na mesma ocasião em que recebeu
uma segunda desdita do ex-secretário e agora também ex-quase-secretário, o
prefeito ganhou a companhia do vereador Mário Wieczorek, do PP, que assumiu a
Secretaria de Assistência Social, Cidadania e Direitos Humanos. Ganhou, sim, pois
Mário escolheu frequentar o grupo de Edir porque considerou traição de Giovatan
a aliança dele com Altamir. Desde sempre Mário e Altamir estiveram em lado
opostos na política, embora tenha havido um rápido flerte em 2008, quando o
vereador foi cogitado para ocupar a condição de candidato a vice-prefeito na
chapa que tinha Altamir candidato à reeleição. Não deu liga. Com Edir, já deu.
O vereador deixa a Câmara, abre a vaga para um correligionário e ainda recebe
como correligionário um colega, Pastor Anselmo, que deixou o PSD porque Altamir
apoderou-se do partido por imposição de instâncias superiores (leia-se Ratinho
Junior). Pastor Anselmo foi secretário do então prefeito Altamir, trabalho para
reelege-lo em 2008 e, já vereador, acabou rifado por Altamir. Mas esta é uma
outra história!
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