quinta-feira, 28 de abril de 2016

Pareceres do TCE sobre prestações de contas da Prefeitura são envolvidos em mistérios

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou, dias atrás, que a Câmara Municipal de Palmeira estava entre as 291 que receberam pareceres prévios sobre processos de Prestações de Contas Anuais (PCAs) das respectivas prefeitura e não fizeram o julgamento dos mesmos. Informava o TCE que a Câmara de Palmeira havia recebido prestações de contas de cinco exercícios financeiros e só havia julgado dois deles. Na Câmara, aparentemente, ninguém sabia de nada e foi veementemente negado o recebimento de comunicados sobre pareceres prévios emitidos pelo TCE. A Câmara já havia julgado, em 2013, duas PCAs, dos anos de 2005 – cuja votação teve até presença da polícia para garantir a integridade dos vereadores que votaram pela desaprovação – e a de 2006, mantendo o parecer do TCE pela desaprovação. Em 2014, julgou a prestação de contas de 2012, também mantendo o parecer pela desaprovação. As três PCAs de responsabilidade do ex-prefeito Altamir Sanson, que, com isto, teve suspensos seus direitos políticos por cinco anos, ou seja, até 2019. Neste período, ele não pode ser candidato a cargo eletivo. Quanto aos comunicados sobre os pareceres das três PCAs apontadas pelo TCE como não julgadas, após contato com o orgão eles foram encontrados. Aleluia! Está tudo bem, então? Não, não está, porque ainda existe um buraco para ser tapado, e ele refere-se ao ano de 2007. Segundo era mostrado no site do TCE – hoje já não mais disponível – o parecer prévio das contas deste ano apontava a irregularidade. Portanto, orientando os vereadores a também desaprovarem a PCA de 2007. Mas, onde está o parecer prévio?

A Câmara Municipal prevê que julgará nos próximos meses as contas da Prefeitura dos anos de 2009, 2010 e 2011. A de 2010 tem parecer do TCE pela regularidade, enquanto as outras duas têm parecer pela regularidade com ressalvas. A Câmara informou que já solicitou as PCAs na íntegra para que sejam disponibilizados para consulta pública e submetidos à apreciação da Comissão de Economia, Orçamento, Finanças e Fiscalização, em fases que antecedem o julgamento em plenário. Todo o trâmite leva em torno de 90 dias. Menos mal!
Sobre o misterioso desaparecimentos dos comunicados sobre os pareceres das PCAs de 2009, 2010 e 2011, a Câmara informou que no dia 19, após um levantamento interno, por e-mail solicitou informações ao TCE sobre a situação destas contas e os motivos pelo qual não recebera a notificação para apreciação das mesmas. O e-mail foi respondido no dia 20 de abril, pelo gerente da Diretoria de Execuções do Tribunal de Contas, Ricardo Olivastro. Ele informou que o comunicado da disponibilidade dos pareceres prévios foram enviados pelos Correios, encaminhando as cópias dos recebimentos, assinados por estagiários da Câmara, que receberam as correspondências nos anos de 2012 e 2013. Diz a Câmara que todas manifestações do TCE eram encaminhadas diretamente para o Departamento Contábil do Legislativo. Assim, suspeita-se “que o Departamento Contábil da Câmara da época pode ter entendido que os pareceres pela regularidade e regularidade com ressalvas, emitidos pelo Tribunal, não tinham necessidade de julgamento e com isso não foram nem encaminhados para protocolo na Secretaria da Casa, o que impossibilitou também que os presidentes dos anos em questão tivessem conhecimento do recebimento dos pareceres do TCE”. A Câmara informou ainda que somente o contador da Câmara tem acesso ao processo digital das contas do Executivo para julgamento através do sistema do TCE, cabendo a ele a impressão e o protocolo na Secretaria. Porém, tanto os estagiários que assinaram o aviso de recebimento como a responsável pelo Departamento Contábil da Câmara no período já não fazem mais parte do quadro de servidores, “dificultando uma apuração mais aprofundada”, segundo a Câmara.
Tudo muito bem, tudo muito bom. As contas de 2009, 2010 e 2011 serão julgadas dentro de pouco mais ou pouco menos de 90 dias. Sem muitos problemas e buchichos porque os pareceres prévios do TCE opinam pela regularidade, embora duas delas com ressalvas. É bom lembrar que os vereadores têm o poder de reformar o parecer do TCE, tanto para aprovar o que o TCE opina por desaprovar, como para desaprovar o que o TCE sugere que seja aprovado. A palavra final é dos nobres edis. Mas, e a prestação de contas de 2007, onde está?

2 comentários:

  1. É Rogério assim segue a historia,que se CRAVE ou melhor que se GRAVE na memoria por se perduras nos Anais da historia, Abç Sinval.

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  2. A Câmara Municipal de Palmeira comunica que as contas do Poder Executivo do ano de 2007, questionado nesta coluna, foram julgadas em maio de 2015, como consta em Diário Oficial do Município e o Decreto pela desaprovação pode ser checado pelo link:

    http://www.diariomunicipal.com.br/amp/materia/C65ECF93

    A Câmara de Palmeira fica à disposição para qualquer esclarecimento.

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