Oposição pode formar ‘quarteto fantástico’ para impedir reeleição de Edir

Antes havia uma suspeita sobre as intenções da oposição, especialmente dos novos correligionários Altamir Sanson e Giovatan de Souza Bueno, agora juntos no PSD – que estão na linha de frente contra a intenção de reeleição do prefeito Edir Havrechaki, do PSC. No entanto, uma foto postada por Altamir em rede social entregou o ouro e escancara as conversações já adiantadas com Inácio Budziak, do Solidariedade (SD), em torno da formação de um bloco amplo de oposição. Se Altamir e Giovatan já reuniam força considerável, Inácio pode aglutinar algo mais. O ex-prefeito garante que está tudo fechado e que Inácio já pode ganhar carteirinha de oposicionista ao prefeito, formando um ‘trio parada dura’ que pode causar indigestões no prefeito e seu grupo. E o trio pode virar ‘quarteto fantástico’, visto que há conversações abertas com o vereador João Alberto Gaiola, do PDT, que está resistindo ao chamado, mas pode ceder se perceber que não terá alianças significativas para encarar uma candidatura a prefeito. Não é tão fácil quanto possa parecer, porque Gaiola tem posições ideológicas ao fazer política. Há uma possibilidade, porém, que deve animar o trio já em atividade. E com Inácio e Gaiola, a oposição ganha força, sim, e a possibilidade de eleição polarizada fica concretizada de vez. Basta somente apertar a tecla verde!

Inácio, até bem recentemente, 1º de abril, para ser exato, era secretário de Indústria, Comércio e Turismo da Prefeitura de Palmeira, abrigado sob as asas do prefeito. Bastou deixar o cargo e aceitou rapidamente conversar com a oposição. Ele já aflou em candidatura a vereador, cogitou candidatura a prefeito e, no momento, dado o andamento da marcha das composições políticas, seria a ‘bola da vez’ para candidato a vice-prefeito na chapa majoritária com Giovatan na posição de destaque: candidato a prefeito. É que Inácio sabe que se compor com Edir não tem chance na chapa majoritária, que é imexível, com Edir e Marcos Levandoski, do PT, como candidato à reeleição para vice-prefeito. Neste caso, sobraria apenas a condição de candidato a vereador, para o que ele torce o nariz. A candidatura a vice-prefeito, em um bloco de oposição fortalecido, sorri para Inácio. Apesar de Altamir afirmar que ele já aceitou, há pontos a considerar. E um deles é o abrigo que Edir lhe deu em momento crítico, colocando-o em uma secretaria e permitindo que ganhasse projeção política. Inácio seria capaz de pagar com traição o apoio que recebeu de Edir? Por uma candidatura a vice-prefeito pode ser que sim.

Quanto ao vereador Gaiola, que acalentou carinhosamente nos últimos três anos e três meses a candidatura a prefeito em 2016, ficar fora da disputa majoritária é algo inimaginável no momento. Com as portas fechadas para a sua pretensão inicial, Gaiola está tentando assimilar o golpe. Não que não aceite candidatar-se à reeleição para a Câmara Municipal, com amplas condições de fazer uma votação expressiva, mas é que dói ver desfazer-se por entre os dedos um desejo que foi tão alimentado, que chegou tão próximo de virar realidade, que só mesmo o tempo é capaz de minimizar os efeitos desse fato novo que se apresentou perante ele. Em síntese, Gaiola deve aceitar compor no grupo da oposição e será candidato à reeleição para o Legislativo. Isto pode mudar tanto quanto mudam as posições dos planetas no sistema solar.

Lépido e fagueiro, o ex-prefeito Altamir Sanson conseguiu em pouco tempo articular um grupo político invejável, em forma de um provável ‘quarteto fantástico’ para remar o seu barquinho na eleição municipal deste ano. Ele trouxe para sua embarcação o seu mais ferrenho adversário na política, o bi-candidato a prefeito Giovatan, que será este ano mais do que o seu estimado postulante, será seu alter-ego na disputa eleitoral municipal; está trazendo também o ex-vereador Inácio, candidato a prefeito em 2012 que conseguiu definir a vitoria de Edir; e faz a reaproximação com Gaiola, seu primeiro grande aliado e guru da campanha eleitoral de 1992, quando ganhou a eleição municipal. De quebra, deixa o prefeito e ex-pupilo em situação preocupante, obrigado a enfrentar uma oposição como nunca antes viu, com uma tripulação renomada e calejada em eleições.