Quando o tenente Manoel José de Araújo fez a doação das
terras para construção de uma igreja e o estabelecimento de uma povoação no seu
entorno, em 7 de abril de 1819, o gesto ficou marcado como ato oficial do
nascimento de Palmeira. A data não só entrou para a história como foi oficializada.
Boa parte das tratativas para a doação entre o donatário e o padre Duarte dos
Passos, com certeza, aconteceram na casa do tenente. Anos mais tarde, com o
desenvolvimento da freguesia, Domingos de Araújo, filho do tenente, construiu
uma casa em local próximo e privilegiado, de onde era possível vislumbrar o
povoado em progresso.
No livro “Tropeiros”, Arnoldo Monteiro Bach dedicou um
capítulo à Casa Branca da Serra, consagrada no poema do alagoano Guimarães
Passos, autor do famoso “Horas Mortas”. Passos fez os versos em referência e
reverência a uma das filhas de Domingos Araújo, a jovem Antônia, por quem se
apaixonou quando ficou hospedado na casa em 1894. O poeta havia se alistado nas
forças dos maragatos, chegou a compor o governo revolucionário que se instalou
no Paraná quando da Revolução Federalista, mas diante da vitória das forças
legalistas, os pica-paus, foi obrigado a fugir de Curitiba e buscar abrigo em
Palmeira.
Passos ficou escondido na casa da família Araújo durante
alguns dias e depois seguiu para a Argentina, onde exilou-se. Foi lá que
escreveu os famosos versos do poema “Na casa branca da serra”, que depois foi
musicado por Emydio Pestana e virou clássico entre os seresteiros.
Hoje, a casa da Chácara Palmeira pertence à família Cherobim
e é lá que é fabricado o famoso Queijo Palmeira, outra marca registrada da
cidade que há 197 anos avança em desenvolvimento sob os olhares atentos das
janelas da Casa Branca da Serra.
Linda a História de Palmeira! Encontrei a poesia musicada... relíquia! Parabéns pela postagem, Rogério!
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