domingo, 6 de março de 2016

A casa branca da serra é história de Palmeira cantada em versos

Quando o tenente Manoel José de Araújo fez a doação das terras para construção de uma igreja e o estabelecimento de uma povoação no seu entorno, em 7 de abril de 1819, o gesto ficou marcado como ato oficial do nascimento de Palmeira. A data não só entrou para a história como foi oficializada. Boa parte das tratativas para a doação entre o donatário e o padre Duarte dos Passos, com certeza, aconteceram na casa do tenente. Anos mais tarde, com o desenvolvimento da freguesia, Domingos de Araújo, filho do tenente, construiu uma casa em local próximo e privilegiado, de onde era possível vislumbrar o povoado em progresso.


No livro “Tropeiros”, Arnoldo Monteiro Bach dedicou um capítulo à Casa Branca da Serra, consagrada no poema do alagoano Guimarães Passos, autor do famoso “Horas Mortas”. Passos fez os versos em referência e reverência a uma das filhas de Domingos Araújo, a jovem Antônia, por quem se apaixonou quando ficou hospedado na casa em 1894. O poeta havia se alistado nas forças dos maragatos, chegou a compor o governo revolucionário que se instalou no Paraná quando da Revolução Federalista, mas diante da vitória das forças legalistas, os pica-paus, foi obrigado a fugir de Curitiba e buscar abrigo em Palmeira.

Passos ficou escondido na casa da família Araújo durante alguns dias e depois seguiu para a Argentina, onde exilou-se. Foi lá que escreveu os famosos versos do poema “Na casa branca da serra”, que depois foi musicado por Emydio Pestana e virou clássico entre os seresteiros.


Hoje, a casa da Chácara Palmeira pertence à família Cherobim e é lá que é fabricado o famoso Queijo Palmeira, outra marca registrada da cidade que há 197 anos avança em desenvolvimento sob os olhares atentos das janelas da Casa Branca da Serra.

Um comentário:

  1. Linda a História de Palmeira! Encontrei a poesia musicada... relíquia! Parabéns pela postagem, Rogério!

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