A região dos Campos Gerais, favorecida pela
topografia, foi sendo ocupada desde o início da história da colonização do
Paraná, que nessa época ainda não era província autônoma e pertencia à São
Paulo. A província do Paraná foi criada em 1853. Antes disso, porém, várias
cidades, vilas e povoados já estavam em desenvolvimento no interior do estado,
entre os quais Palmeira, um próspero e movimentado centro comercial e político
da época e assim permaneceu até o início do século 20. A imagem é uma vista da cidade no ano de 1901.
Em seguida à ocupação do litoral e da
exploração de ouro e minerais, ocorreu a ocupação do 1º Planalto (região de
Curitiba), sendo que, nessa época, o tropeirismo já se fazia presente no
caminho entre Viamão (RS) e Sorocaba (SP), a partir de 1750, fazendo suas
“paragens” nessas regiões de campos, dando origem a vilas e cidades. Surgiram
nessa rota dos Campos Gerais as cidades de Rio Negro, Campo do Tenente, Lapa,
Porto Amazonas, Palmeira, Ponta Grossa, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva e
Sengés, no Paraná, e Itararé, no estado de São Paulo.
A movimentação das tropas, principalmente
muares, destinava-se a suprir as necessidades de animais para o trabalho em
obras (estradas) e transporte (carroções de boiadas), bem como para o trabalho
nas fazendas, movimentava a economia da região e, com sua decadência, por volta
de 1870, com a entrada em operação das estradas de ferro, abalou a economia
local.
Paralelamente ao tropeirismo, havia uma
sociedade pratriarcal, latifundiária, escravocrata e empenhada na comercialização
de um só produto, o gado criado extensivamente nos campos nativos.
A ocupação das áreas de matas começou a
partir de 1600 com a chegada de caboclos e portugueses. Mais de 200 anos
depois, chegam os primeiros imigrantes europeus, como os alemães do Volga,
poloneses e italianos.
As principais atividades exercidas nessa
época eram: extração de madeira, erva-mate, criação de pequenos animais em
faxinais (porcos, cabritos e aves principalmente), os quais eram criados soltos
em áreas comuns limitadas por cercas e valos, muitas vezes entre ervais
nativos, e se alimentavam basicamente de pastagens nativas e frutos silvestres,
necessitando de pouca complementação alimentar.
No final do século 19 e nos primeiros anos do
século 20, a erva-mate tinha expressiva importância econômica devido à grande
quantidade nativa existente, chegando até a ser constituída uma cooperativa de
produtores de erva-mate em Palmeira, a Iguamate. Era costume, na época, as
pessoas juntarem-se em mutirões para a colheita das folhas, trabalho este que
reunia entre 50 e 80 colhedores para as atividades.
A madeira era abundante, sendo as principais
espécies a araucária (pinheiro), a imbuia e a canela. Não havia, obviamente,
nenhum controle de desmatamento e muito menos a preocupação de reposição. As
florestas dominadas pelos pinheiros-do-paraná ofereciam ainda outros tipos
nobres de madeira, com destaque para a imbuia.
Em muitas localidades instalaram-se
serrarias, algumas com seus maquinários movidas à água, que tiveram grande
importância econômica. A partir de meados do século 20, indústrias madeireiras
instaladas na cidade eram os motores do desenvolvimento, oferecendo milhares de
empregos. Mas já no final do mesmo século, o setor experimentou um vertiginoso
declínio proporcionado com a escassez da matéria prima, entrando em colapso e
encerrando atividades.
Os ciclos econômicos foram passando e o
município foi adaptando-se às novas tendências, vivendo hoje o ciclo da
agropecuária, que teve seu início nos anos 1970, impulsionado pela agricultura
intensiva, com destaque para a cultura da soja, que até hoje domina a cadeia
produtiva do setor. Também são de importância fundamental para a economia do
município o leite, o fumo, o feijão, o milho, a avicultura e o trigo. Tais
atividades, com produções cada vez maiores, permitem vislumbrar o ciclo
agropecuário com destaque por décadas à frente.
Hoje, Palmeira vive o princípio de um
possível ciclo industrial, com a instalação de indústrias que utilizam tecnologias
avançadas para a fabricação de produtos que abastecem o mercado nacional e que
também são exportados.
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