segunda-feira, 14 de março de 2016

Palmeira foi um dos principais polos de desenvolvimento do interior do Paraná

A região dos Campos Gerais, favorecida pela topografia, foi sendo ocupada desde o início da história da colonização do Paraná, que nessa época ainda não era província autônoma e pertencia à São Paulo. A província do Paraná foi criada em 1853. Antes disso, porém, várias cidades, vilas e povoados já estavam em desenvolvimento no interior do estado, entre os quais Palmeira, um próspero e movimentado centro comercial e político da época e assim permaneceu até o início do século 20. A imagem é uma vista da cidade no ano de 1901.

Em seguida à ocupação do litoral e da exploração de ouro e minerais, ocorreu a ocupação do 1º Planalto (região de Curitiba), sendo que, nessa época, o tropeirismo já se fazia presente no caminho entre Viamão (RS) e Sorocaba (SP), a partir de 1750, fazendo suas “paragens” nessas regiões de campos, dando origem a vilas e cidades. Surgiram nessa rota dos Campos Gerais as cidades de Rio Negro, Campo do Tenente, Lapa, Porto Amazonas, Palmeira, Ponta Grossa, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva e Sengés, no Paraná, e Itararé, no estado de São Paulo.
A movimentação das tropas, principalmente muares, destinava-se a suprir as necessidades de animais para o trabalho em obras (estradas) e transporte (carroções de boiadas), bem como para o trabalho nas fazendas, movimentava a economia da região e, com sua decadência, por volta de 1870, com a entrada em operação das estradas de ferro, abalou a economia local.
Paralelamente ao tropeirismo, havia uma sociedade pratriarcal, latifundiária, escravocrata e empenhada na comercialização de um só produto, o gado criado extensivamente nos campos nativos.
A ocupação das áreas de matas começou a partir de 1600 com a chegada de caboclos e portugueses. Mais de 200 anos depois, chegam os primeiros imigrantes europeus, como os alemães do Volga, poloneses e italianos.
As principais atividades exercidas nessa época eram: extração de madeira, erva-mate, criação de pequenos animais em faxinais (porcos, cabritos e aves principalmente), os quais eram criados soltos em áreas comuns limitadas por cercas e valos, muitas vezes entre ervais nativos, e se alimentavam basicamente de pastagens nativas e frutos silvestres, necessitando de pouca complementação alimentar.
No final do século 19 e nos primeiros anos do século 20, a erva-mate tinha expressiva importância econômica devido à grande quantidade nativa existente, chegando até a ser constituída uma cooperativa de produtores de erva-mate em Palmeira, a Iguamate. Era costume, na época, as pessoas juntarem-se em mutirões para a colheita das folhas, trabalho este que reunia entre 50 e 80 colhedores para as atividades.
A madeira era abundante, sendo as principais espécies a araucária (pinheiro), a imbuia e a canela. Não havia, obviamente, nenhum controle de desmatamento e muito menos a preocupação de reposição. As florestas dominadas pelos pinheiros-do-paraná ofereciam ainda outros tipos nobres de madeira, com destaque para a imbuia.
Em muitas localidades instalaram-se serrarias, algumas com seus maquinários movidas à água, que tiveram grande importância econômica. A partir de meados do século 20, indústrias madeireiras instaladas na cidade eram os motores do desenvolvimento, oferecendo milhares de empregos. Mas já no final do mesmo século, o setor experimentou um vertiginoso declínio proporcionado com a escassez da matéria prima, entrando em colapso e encerrando atividades.
Os ciclos econômicos foram passando e o município foi adaptando-se às novas tendências, vivendo hoje o ciclo da agropecuária, que teve seu início nos anos 1970, impulsionado pela agricultura intensiva, com destaque para a cultura da soja, que até hoje domina a cadeia produtiva do setor. Também são de importância fundamental para a economia do município o leite, o fumo, o feijão, o milho, a avicultura e o trigo. Tais atividades, com produções cada vez maiores, permitem vislumbrar o ciclo agropecuário com destaque por décadas à frente.

Hoje, Palmeira vive o princípio de um possível ciclo industrial, com a instalação de indústrias que utilizam tecnologias avançadas para a fabricação de produtos que abastecem o mercado nacional e que também são exportados.

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