Faltam apenas sete meses, ou 210 dias, para a eleição
municipal que vai definir o futuro prefeito de Palmeira – ou manter o atual no
cargo – e os nove integrantes da Câmara Municipal para um mandato de quatro
anos, entre 2017 e 2020. Mesmo com prazo tão exíguo para a data da votação, em
2 de outubro, nada ou quase nada está definido em definitivo, para ser
redundante mesmo, quanto a candidatos a prefeito. Há um jogo de cena, um
movimento de acertos e acordos que nunca acontecem, de mostra aqui e esconde
ali, de faz que vai, mas não vai, que o fato mais relevante de tudo é que o
eleitor está despolitizado, cada vez mais e mais e mais...
Os protagonistas da eleição, hoje no papel de pretensos
candidatos, atuam nos bastidores em busca de apoios. Fazem o jogo do período
pré-eleitoral e somente confundem os atores coadjuvantes, os eleitores.
Enquanto os acordos são costurados com base em interesses pessoais ou de
restritos grupos, o eleitorado é apenas um detalhe no processo eleitoral. Sim,
porque neste momento sequer é lembrado, sequer é consultado e sequer é
preguntado se lhe agrada ver que suas futuras opções de escolha na eleição
movem-se nas sombras e escondem o quanto podem as suas intenções momentâneas.
Mal aproveitado, o período pré-eleitoral deveria ser um
tempo de debate sobres as principais questões que impactam o município. Por exemplo?
O exploração dos sistemas de abastecimento de água, de coleta e tratamento de
esgoto, de coleta e deposição do lixo deve ser concedida por 30 anos à iniciativa
privada? Deve ser concedida ou a Prefeitura deve executar tais serviços,
essenciais à população? É interessante a privatização dos livros didáticos utilizados
na rede pública municipal? Substituir os livros fornecidos sem custos para a
Prefeitura pelo Programa Nacional do Livro Didático representa avanço? Em quê?
Terceirizar a mão de obra de profissionais da saúde ajuda a melhorar o sistema
público de saúde? Contratar empresas privadas para fazer o transporte escolar
de alunos da rede pública é melhor do que adquirir ônibus próprios para executar
o serviço? Quem ganha e quem perde com as terceirizações e privatizações?
Ninguém está debatendo tais questões. Para os possíveis candidatos a prefeito,
vem ao caso debate-las com a população?
O que acontece, de fato, no atual momento da política local,
e não é diferente em outros municípios, é uma negociação por apoios e alianças
que não vai além da mesquinharia de pessoas ou grupinhos envolvidos. Gostaria
de ver essas pessoas e grupos discutindo com a população os grandes problemas,
propondo soluções, enfim, apresentando seus projetos para melhorar a vida da
comunidade. Mas, quem quer e pretende fazer isso?
Se os políticos merecem uns puxões de orelha e chutes no
traseiro, os eleitores merecem mais que isso, pois permanecem omissos, passivos
e desconectados da realidade. Mesmo a desculpa de que estão despolitizados não
tem espaço, pois, afinal, são os eleitores quem sofrerão as consequências de
uma escolha mal feita, baseada somente no conhecimento da pessoa do candidato e
dos que o apoiam, relegando ideias, intenções e projetos para o conjunto da
comunidade.
Faltam apenas sete meses para a eleição municipal. Quem não
acordar para o fato agora corre o risco de perder a hora e só despertar para
lamentar o tempo perdido.
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