quarta-feira, 16 de março de 2016

Se Gaiola aponta e não atira é porque não tem munição ou não tem alvo

Useiro e vezeiro na tribuna da Câmara Municipal de falar alto e forte contra a corrupção no poder público e apontar sempre em direção à administração municipal, o vereador João Alberto Gaiola, do PDT, vai criando um clima de mistério entre a população que se atenta àquilo que ele diz. Intriga o fato de um discurso de tanto tempo permanecer no primeiro parágrafo e não avançar. Afinal, vereador, existe ou não existe corrupção na administração municipal? Se existe, quem são os agentes que praticam tão condenável ato? Há pergunta no ar e pairam dúvidas sobre a fala de Gaiola, que não é de hoje que aponta, mas não atira. Se não atira, das duas, uma, ou não tem munição para sustentar o fogo ou não tem alvo para acertar.

Gaiola tem citado algumas ‘evidências’ em suas falas na Câmara, tem cobrado dos demais colegas de Legislativo uma atuação firme na fiscalização dos atos do Executivo e chegou a dar nota 4 para a atual legislatura em entrevista a programa de rádio. Esta avaliação de desempenho dos vereadores até provocou reação do colega Mário Wieczorek, do PP, que na sessão do último dia 8 peitou Gaiola. Mário disse, na ocasião, que sairá da Câmara com muito orgulho do que fez, que cumpriu com suas atribuições de vereador, mesmo admitindo a possibilidade de algumas falhas na fiscalização do trabalho do Executivo e porém afirmou que denúncias devem ser feitas com cautela. “Pela responsabilidade que eu tenho, eu tenho que avaliar bem o que eu vou denunciar, o que eu vou jogar na mídia sobre fatos que acontecem. Vejo que devo fazer isto quando eu tiver certeza ou uma prova concreta”, disse Mário Wieczorek, que provocou dizendo que o voto é a melhor forma de avaliar o trabalho do vereador.
Gaiola, por sua vez, tem falado seguidamente das contratações de empresas para fornecer profissionais para o serviço público de saúde. Já citou: Instituto Confiancce, Hygea Gestão e Saúde, Globo Med e Atena Serviços Médicos. Para cada uma, o vereador já dedicou adjetivos e discorreu sobre problemas relacionados. Lembrou que a primeira teve problemas em vários municípios e que prefeitos foram condenados pelo Tribunal de Contas a devolver dinheiro aos cofres públicos por causa de contratos irregulares. Sobre a segunda, falou de problemas em Morretes por conta de sua contratação pela Prefeitura do município litorâneo. Já a terceira teve questionado o fato de ter endereço na pequena cidade de Doutor Ulysses, na região do Vale da Ribeira, lembrando que venceu licitação em Palmeira no final do ano passado que está suspensa por medida judicial. E sobre a última, questionou o contrato emergencial com prazo de 60 dias com valor de quase R$ 500 mil.

O vereador, que já afirmou que será candidato a prefeito este ano, pode, agora, além de fazer mira, também apertar o gatilho. Afinal, se sabe o que insinua saber, como fiscal do Executivo tem obrigação moral e legal de contar à população e solicitar que os órgãos competentes investiguem e punam os responsáveis. Do contrário, que faça como nos tempos em que jogava como zagueiro, quando seu time tinha vantagem no placar: “chuta a bola pro mato que o jogo é de campeonato”!

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