sexta-feira, 11 de março de 2016

Com água batendo no queixo, Sanepar informa ter investido R$ 1,1 milhão em Palmeira

A presença da Sanepar em Palmeira está por uma gota, ou melhor, por uma medida cautelar do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que pode ser derrubada a qualquer momento. Quando isto acontecer, a Prefeitura de Palmeira poderá, enfim, realizar a concorrência pública para fazer a concessão dos serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto. Porém – sempre há um porém, a Sanepar retirou o edital de licitação e pode participar da concorrência. Mais que isso, pode ganhar a concessão e continuar atuando em Palmeira. São as regras do jogo que permitem. E em situação delicada perante a população, que já cansou de ficar no seco quando mais precisa água, a Sanepar anuncia que em 2015 fez investimentos de mais de R$ 1,1 milhão em obras de melhoria na infraestrutura dos seus sistemas de água e de esgoto, tanto operacionais quanto de acesso, padronização de ligações, redes e travessias.

A companhia vai além da informação do investimento no ano passado, pois parece que abriu as torneiras, diga-se, cofres, para investir no desgastado sistema de Palmeira. Anuncia, de quebra, a reforma dos decantadores da Estação de Tratamento de Água e outras melhorias, com o que “o sistema terá um incremento de 10% na capacidade de produção de água tratada, hoje em torno de 40 litros por segundo”, segundo a Sanepar. Nestas obras, a Sanepar diz estar investindo cerca de R$ 200 mil.
Quanto aos investimento de 2015, a Sanepar detalha que “R$ 628 mil foram direcionados à manutenção dos sistemas. Outros R$ 242 mil são investimentos em melhorias operacionais no sistema de abastecimento e ampliação da rede de distribuição de água”. Também o sistema de esgoto teve investimentos, de acordo com a companhia. “Foram aplicados mais R$ 231 mil em melhorias operacionais e ampliações de redes coletoras. Com isso, o índice de atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário em Palmeira é um dos melhores do estado, chegando aos 84,33%, bem acima do 65% preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, informa a Sanepar.

Com tudo o que afirma ter feito e investido, teria a Sanepar redimido com os palmeirenses todas as suas culpas? Entre católicos, evangélicos e professantes de outros credos, além dos ateus, poucos acreditariam que isto acontece. Verdade, pois basta mencionar a palavra mágica “Sanepar” em qualquer roda de conversa para se ouvir desde impropérios até críticas ácidas. Elogios? Pelo menos no caso dos meus ouvidos, não. Pelo sim, pelo não, a Sanepar está mexendo braços e pernas para tentar ficar viva em Palmeira neste momento em que já está com a água batendo no queixo, prestes a afogar-se em seus próprios líquidos.

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