O enigma da esfinge é secular e pode ser perfeitamente
aplicado na política, em diversas situações. Em ano de eleição municipal – em 2
de outubro serão eleitos prefeito, vice-prefeito e nove vereadores – as
avaliações sobre os cenários são bastante interessantes. Porém, há que ser
feita uma avaliação do cenário da última eleição municipal, disputada em 2012,
quando o então prefeito Altamir Sanson emplacou um aliado como sucessor, o
então vereador Edir Havrechaki, que havia sido secretário municipal de Educação
e também de Saúde, além de chefe do gabinete do prefeito. Já no ano seguinte,
menos de um ano de mandato foi o tempo suficiente para o fogo amigo abater o
ex-prefeito.
Em 2013, as prestações de contas de dois anos da gestão de Altamir
– 2005 e 2006 – passaram pela Câmara Municipal para votação. Ambos com parecer
prévio do Tribunal de Contas do Estado (TCE) pela irregularidade, ou seja,
sugerindo aos vereadores a desaprovação. O ex-prefeito apostou todas as suas
fichas acreditando que o prefeito, seu aliado, aquele que ajudou eleger no ano
interior, intercederia junto aos vereadores para que estes contrariassem o
parecer do TCE e aprovassem as suas contas. Precisava de seis dos nove votos
para livrar a cara. Se Edir tentou ou não fazer isto, só ele e os vereadores
que possa ter contatado poderão confirmar. O fato é que Sanson teve
desaprovadas as duas prestações de contas e, assim, suspensos seus direitos
políticos.
Edir, por sua vez, estava em situação delicada junto aos
vereadores na ocasião. Lembremos que dos nove vereadores quatro foram eleitos
por partidos que não figuravam na coligação que o elegeu, adversários,
portanto. Era preciso convencer pelo menos um deles a votar pela aprovação das
contas de Altamir. Lembremos, também, que a ruptura do ex-prefeito com estes
vereadores, aconteceu em processo traumático e doloroso, bastante recente
àquele ano de 2013, determinante para o resultado final adverso a Altamir.
Com as contas desaprovadas – incluindo no rol também as de
2007, o ex-prefeito de Palmeira não pode ser candidato a nenhum cargo eletivo
na eleição municipal de 2016 e permanece inelegível até 2018. Mesmo assim,
participa ativamente do processo eleitoral e, sem surpresa, contra o atual
prefeito e antigo aliado. Significa que jogou na conta de Edir os tiros que o
abateram e a responsabilidade pela sua condenação na Câmara. Enfim, foi alvo do
fogo amigo e agora resta a ele apenas assistir aos desdobramentos e conclusões
da eleição municipal, atuando, é verdade, mas sem o sabor de desfrutar daquilo
que os políticos mais gostam: votos.
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