domingo, 20 de março de 2016

Formações da Escarpa Devoniana podem ser apreciadas no município de Palmeira

A Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual da Escarpa Devoniana foi criada em março de 1992, através de decreto, e abrange mais de 392 mil hectares distribuídos por mais de 260 quilômetros de extensão nos territórios de 12 municípios paranaenses. Começa no município da Lapa e vai até Sengés, passando por Porto Amazonas, Campo Largo, Balsa Nova, Palmeira, Ponta Grossa, Carambeí, Castro, Tibagi, Piraí do Sul e Jaguariaíva. A formação vai além do rio Itararé, já no estado de São Paulo. A paisagem de toda a APA é marcada por afloramentos rochosos, vegetação baixa com capões da floresta de araucária. Em Palmeira, a escarpa devoniana começa no rio dos Papagaios, podendo ser vista por quem trafega pela BR 277, passa pela localidade de Witmarsum e tem sua continuidade em Nossa Senhora das Pedras e Cercado, onde os paredões de pedra e as grutas são os registros mais conhecidos desta formação geomorfológica.

Realizada anualmente, a festa em louvor a Nossa Senhora das Neves leva milhares de pessoas até a localidade de Nossa Senhora das Pedras, ocasião em que muitos aventuram-se por trilhas íngremes em maio à mata de uma canyon para descer de um lado e subir do outro até alcançar uma parede vertical de vários metros de altura, características na formação, que podem atingir mais de 450 metros de altura, como ocorre no Canyon do Guartelá, nos municípios de Castro e Tibagi. Já na localidade de Cercado, um pouco de aventura e caminhada por trilhas em meio à mata, em percurso íngreme, podem levar a diversas grutas, no interior das quais é possível apreciar as incríveis estalagmites e estalactites.
Em Witmarsum, uma presença visível da escarpa são as estrias geológicas, um dos muitos tipos de manifestações rochosas em afloramentos. No local onde são mais notadas, foram instalados painéis explicativos sobre a formação, originária do atrito de blocos de rocha deslizando um sobre o outro e deixando marcas em forma de estrias, daí o nome utilizado para descrever o feito geológico.

Considerado um ‘degrau topográfico’, as paredes de rocha da escarpa devoniana separam o Primeiro e o Segundo Planalto Paranaense. A escarpa foi originada pela erosão que vem esculpindo o relevo e promovendo o aparecimento de feições tais como morros-testemunhos, abrigos, fendas e pequenas cavernas, muitas das quais guardam vestígios arqueológicos. A Escarpa Devoniana recebeu este nome porque é sustentada pela Formação Furnas, do período devoniano, há mais de 400 milhões de anos.
A APA da Escarpa Devoniana foi criada com o objetivo de assegurar a proteção do limite natural entre o Primeiro e o Segundo Planalto paranaense, inclusive a faixa de Campos Gerais, que se constituem em ecossistema peculiar que alterna capões da floresta de araucária, matas de galerias e afloramentos rochosos, além de locais de beleza cênica com os canyons e de vestígios arqueológicos e pré-históricos registrados em paredes e grutas, que também ficam protegidos de ações de depredação e degradação.

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