segunda-feira, 7 de março de 2016

Dois veteranos da Câmara seguem caminhos opostos: um vai para casa e o outro...

A eleição deste ano para a Câmara Municipal de Palmeira deve apresentar alguns personagens novos, mas nela devem figurar, obviamente, manjados frequentadores de eleições anteriores e vereadores em busca da reeleição, tri-eleição e tetra-eleição, também. Entre estes que buscarão mais um mandato parlamentar, o mais rodado é o atual presidente do Legislativo, Domingos Everaldo Kuhn (PSC). Ele já está em seu terceiro mandato legislativo e já experimentou um como vice-prefeito. Em suma, são quase 16 anos de presença na vida pública de Palmeira, entre Câmara e Prefeitura. Só perde para outro veterano das urnas e cadeiras do Legislativo, o interminável Mário Wieczorek (PP), prestes a completar 20 anos na vereança.

Numa hipotética corrida de cavalos, Everaldo seria pule de dez para a reeleição, apesar de todos os abalos ocorridos no ano passado e início deste por conta de proposta de aumento nos valores dos subsídios dos vereadores, que ele defendeu com ardor, e da aprovação do reajuste dos mesmos subsídios pelo índice oficial da inflação, que ele também defendeu, sem pestanejar. Se por isso houve ou não desgaste junto ao eleitorado, o resultado das urnas é que vai confirmar. Porém, antes que as labaredas ganhassem intensidade, ele intensificou seu, digamos assim, trabalho com o povo. Dia sim e dia também, o vereador e presidente da Câmara está nos caminhos e nas estradas que levam aos hospitais e clínicas de lá e acolá a transportar seu eleitores-pacientes para consultas, exames e internamentos. Esta fórmula assistencialista funcionou nas três últimas eleições e deve funcionar na eleição deste ano, igualmente. Mas nem sempre as pules confirmam-se ao final da corrida. Portanto...

O vereador Mário, por sua vez, tem afirmado que em 31 de dezembro deste ano cruza a linha final da política e vai para casa, ou melhor, para a Chácara Palmeira, fazer e vender queijos, atividade que lhe tem dado maior prazer ultimamente. Deve deixar a vida pública carregando as mágoas de ter sido agredido e afrontado até mesmo por amigos e ter sua casa alvejada por ovos como desdobramento dos episódios de agosto de 2015. A carreira legislativa foi marcada por altos e baixos, ou bons e maus momentos, entre estes a atribuição dada a ele de ter afirmado que os professores da rede municipal “ganham demais”, em referência aos salários da categoria. Ficou marcado por isso, mas tem em seu favor a paternidade do Parlamento Jovem, instituído a partir da aprovação de projeto de lei de sua autoria, hoje um dos melhores programas de formação política e cidadã de adolescentes, não só de Palmeira e do Paraná, mas do Brasil.

Os decanos do Legislativo, como se vê, escolhem caminhos opostos a seguir já a partir das convenções partidárias para escolha dos candidatos para a eleição municipal de outubro. Everaldo segue pela trilha da política em busca de um abrigo seguro por quatro anos sob o telhado da Câmara Municipal que o sucesso na quinta eleição pode proporcionar a ele. Enquanto isso, Mário despede-se da vida pública não da forma como imaginava que poderia ser, mas, certamente, da forma como saem todos aqueles que o fazem por decisão pessoal ao perceber que o atual sistema político está eivado de vícios e que a população reage a eles da forma mais primitiva que o homem manifesta, a violência, seja verbal ou física. Ciente e precavido, Mário sai de cena também para evitar que algo pior aconteça.

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