A região do primeiro planalto paranaense, onde hoje está a cidade de Curitiba, começou a ser povoada por tropeiros, cujos pousos e currais estão na raiz das cidades que hoje nele se localizam. No segundo planalto, os Campos Gerais do Paraná, por onde passaram os primeiros tropeiros que abriram o antigo Caminho das Tropas, entre Viamão, no Rio Grande do Sul, e Sorocaba, em São Paulo, por onde eram conduzidas tropas de muares e bovinos, surgiram numerosos povoados que, com o passar do tempo, se transformariam em centros urbanos, ricos e progressistas. Um destes povoados foi o embrião da hoje cidade de Palmeira, sede do município, na região que à poça era conhecida como Curral das Vacas, segundo o historiador José Francisco da Rocha Pombo.
Ao referir-se ao caminho para São Paulo, através dos Campos Gerais, Rocha Pombo disse que seu traçado cortava alguns “capões, nos quais os viajantes descansavam ou faziam suas pousadas e se deu preferência ao campo aberto, onde a conservação dos caminhos se tomava mais fácil”. No então chamado Curral das Vacas, no sítio abandonado de Santa Cruz do Sutil, onde Antônio Bicudo Camacho andou lavrando ouro entre 1694 e 1699, foi se formando insignificante povoado, primitivamente simples paragem e curral para descanso do gado.
A criação da freguesia que era conhecida pela denominação de “Freguesia Nova” só se deu no ano de 1833, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, e sua história se liga intimamente à da Freguesia de Tamanduá, situada em suas proximidades. O lugar que se denominava Tamanduá é hoje parte integrante do município de Balsa Nova. No local, atualmente só existem ruínas - à exceção da pequena Capela de Nossa Senhora da Conceição, que compreendia área de meia légua, doada pelo seu fundador, o capitão Antônio Luiz Tigre, a Nossa Senhora do Carmo. Como ele faleceu sem deixar herdeiros legítimos, seus sucessores outorgaram o território ao Convento do Carmo, em São Paulo, que ali fundou e manteve casa conventual por mais de 60 anos.
Com a decadência de Tamanduá, fruto, sobretudo, da dispersão de seus habitantes por grandes distâncias - “quase todos para além do rio dos Papagaios, o qual nas enchentes lhes vedava os passos”, segundo relata Moisés Marcondes, no livro ‘Pai e Patrono’, em 1819 a sede da freguesia foi transferida para Palmeira, denominação pela qual era conhecido o capão que lhe dava o nome.
O tenente Manoel José de Araújo e sua mulher, Ana Maria da Conceição de Sá, por ato de 7 de abril de 1819, doaram o terreno onde deveria instalar-se a nova freguesia, cujo patrimônio também foi enriquecido por terrenos doados por escritura pública por José Caetano de Oliveira, o Barão de Tibagi, e por Dona Josefa Joaquina de França.
Com a transferência da sede da freguesia para Palmeira, em busca de melhores condições de vida, sua população também foi se mudando para o novo povoado, onde já então se construía a nova capela. Palmeira foi elevada à condição de vila em 1869, teve acentuado progresso. Pela Lei n° 238, de 9 de fevereiro de 1877, recebeu foros de cidade, emancipando-se politicamente e conservando a primitiva denominação. Posteriormente, na segunda metade do século 19, no ano de 1878, o povoamento da região sofreu grande incremento com a chegada de novos colonos, imigrantes russos alemães vindos da região do rio Volga, poloneses e também italianos.
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