domingo, 20 de março de 2016

TCE mantém devolução de recursos de contratos de prefeituras com Oscips

Somente em uma sessão plenária, no dia 18 de fevereiro, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) negou recursos em três processos e manteve a determinação de devolução de mais de R$ 1,8 milhão por organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) a cofres municipais. Todos eles referem-se a convênios por meio dos quais municípios paranaenses repassaram recursos a essas instituições, entre elas o Instituto Confiancce, que entre 2011 e 2013 foi contratado pela Prefeitura de Palmeira e recebeu mais de R$ 5 milhões, conforme já mostrado aqui no blog: http://oblogdorogeriolima.blogspot.com.br/2016/02/prefeitos-e-ex-prefeitos-na-mira-do-tce.html

Entre os processos nos quais os recursos foram negados pelo TCE, dois referem-se ao Instituto Confiancce. São convênios realizados entre a Oscip e as prefeituras de Piraquara, em 2009, e de Formosa do Oeste, em 2008. Os pagamentos foram contabilizados como serviços de terceiros, fator que alertou o TCE, uma vez que tal ato desvia a finalidade de contratação, que é mão de obra ou serviço de pessoal. Com isto, as administrações municipais esvaziam as despesas com pessoal, reduzindo o percentual, e escapando do risco de extrapolar o limite máximo legal.
Nos últimos dois anos, o TCE-PR determinou a devolução de aproximadamente R$ 50 milhões por Oscips no Paraná. Oscips são entidades privadas sem fins lucrativos, que recebem dinheiro público para oferecer serviços complementares à população, em áreas como saúde, educação, cultura e lazer. Essas transações são chamadas tecnicamente de transferências voluntárias.
Segundo a Diretoria de Análise de Transferências (DAT) do TCE-PR, a principal irregularidade verificada nas contas de Oscips é a terceirização ilegal de mão de obra, especialmente na área da saúde, utilizada para burlar o princípio constitucional do concurso público e os limites de gasto com pessoal impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Outras irregularidades são o pagamento de taxa administrativa e de despesa com custo operacional sem comprovação.

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